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Umas no cravo e outras na ferradura

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Liquens da Quinta das Conchas
  
 Jumento do dia
    
Senhor Costa, governador do BdP

O senhor Costa garantiu aos portugueses que havia uma almofada no BES, tranquilizou os seus accionistas e depositantes com sucessivas intervenções, depois de um ano de inércia optou por dar mais umas semanas a Ricardo Salgado para completar o seu ciclo de fraudes financeiras, por fim fez o inevitável, terá ido ao governo dizer que estava à rasca.

O governo desenrascou-o mas condenou-o a poupar Passos Coelho assumindo a responsabilidade de dizer ao país a merda que ia fazer. Como homem corajoso que é encomendou a Marques Mendes que preparasse o ambiente e depois fez uma comunicação às tantas horas da noite de domingo, como a maioria dos portugueses já em férias e uma boa parte deles deitados.

Este Costa não se cansa de fazer figuras trites, por este andar ainda acaba a fazer um biscate de tratador dos pavões dos jardins da residência oficial de São Bento ou, quem sabe, de jardineiro na Quinta da Coelha.

 O silêncio de Cavaco Silva

Depois de o governador do bdP ter dado a cara enquanto Passos Coelho se esconde na Manta Rota resta-nos esperar que Cavaco fique em silêncio na praia dos tomates delegando nas sorridentes e felizes vacas da Ilha Graciosa a comunicação ao país da palavra presidencial sobre o caso BES.
  
 E se...

Marques Mendes acumulou o estatuto de representante oficioso de Passos Coelho com a de porta-voz antecipado do Banco de Portugal e deu a conhecer que nos últimos dias Ricardo Salgado fez o que quis e lhe apeteceu à frente do BES. E se fizermos uma interpretação um pouco diferente dos factos para concluirmos que o governo e o Banco de Portugal deu a Ricardo Salgado várias semanas para resolver os seus problemas.

 Israel: Estado terrorista

Qual a diferença entre um bombista que se faz explodir num autocarro e um piloto de avião ou de um tanque que bombardeia uma escola cheia de refugiados? Apenas uma, o bombista morre com as suas vítimas e o terrorista do avião ou do tanque recebe uma medalha por ter morto cobardemente dezenas de mulheres e crianças.

Aquilo que Israel está fazendo em Gaza não é uma guerra contra o Hamas, é um ataque terrorista ao que resta de um povo e de uma nação conduzido por um governo de canalhas.
  
 Dúvida

O Observador é um bom jornal ou é um bad jornal onde se reuniu o jornalismo tóxico da comunicação social?

 Sinto cada vez mais nojo de certos políticos

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É gente desta, frente de quem não se conhecem grandes méritos cujos valores éticos são os balizados por leis e regulamentos que está destruindo o país, apodrecendo-o por dentro. Se eu fosse esta senhor teria vergonha de sair à rua. Mais um motivo para não voltar a viotar no PS enquanto houver gente desta na sua liderança.
  
      
 Marques Mendes virou bolchevique 
   
«Grande momento de televisão, ontem, na SIC: Marques Mendes, homem até então pacato conservador, aderiu em direto ao Partido Bolchevique. Ele apareceu antibolsista primário, a atacar o Palácio de Inverno do BES, onde se acoitam os czares da família Espírito Santo Romanov, mais os grandes latifundiários, a respetiva guarda de cossacos e os kulaks com pequenas parcelas de ações - a clique possidente, pois. Toda essa tropa branca, no sentido reacionário do termo, para o gulag, já! "Bad bank", chamou-lhe Marques Ulyanov Mendes, linguagem das estepes que pode traduzir-se por assaltantes da estrada. Do outro lado, os trabalhadores do banco e os depositantes - "os que não têm culpa nenhuma", disse Marques Ilyich Mendes - vão acordar no paraíso da Terra que é o supracitado BES extirpado dos reacionários. A mutação do nosso pequeno Lenine não surpreendeu, claro, pelo apelo à punição financeira de quem investe em Bolsa. Se o negócio correu mal, que os Romanov comprem menos ovos Fabergé e os kulaks passem fome, paciência. O surpreendente, mesmo, foi a doutrina ideológica: investir no mercado de capitais, afinal, é intrinsecamente mau. Dito por um ex-líder de um partido de direita é extraordinário. E com duas consequências: 1) a desculpabilização, à partida, de prováveis atos criminosos dos czares e 2) afastar da Bolsa os pequenos investidores, pois, além de terem a carteira esvaziada pelos Romanov, ficam com "culpa".» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

      
 Na ausência de Cavaco fala a má moeda
   
«O post foi colocado ao início da tarde de domingo, horas antes da decisão que o Banco de Portugal prometeu para a noite de domingo e já depois de Marques Mendes ter explicado os contornos gerais da solução. E é um contundente alerta sobre o que se tem passado e o que se anuncia para segunda-feira. Santana diz que não se pode prejudicar os pequenos investidores no BES da mesma forma que a família Espírito Santo; responsabiliza o Banco de Portugal e a nova administração pelos prejuízos que estes investidores terão; desconfia do modelo em que os restantes bancos podem vir a lucrar com o “novo BES”.

Nesse texto colocado no Facebook, Santana dá o mote: “Anuncia-se uma solução dicotómica para o BES”, entre um novo banco e o ‘bad bank’, que ficará com ativos tóxicos. A solução vai seguir, “os termos (europeus) das novas regras de recurso a uma linha de recapitalização”, que “torna o novo regime especialmente gravoso para os acionistas”, diz o ex-primeiro-ministro. Mas pede: “Pondere-se, no entanto, o seguinte”. E “o seguinte” vai em pontos (que o Observador aqui reproduz, com destaques nossos):


  • “Esta é a primeira vez que o novo sistema vai ser aplicado. Nós, Portugueses, devemos ter cuidado em sermos, de novo, “cobaias” do experimentalismo sócio-financeiro de alguns plutocratas da União Europeia e de um sistema de supervisão recheado de histórias de malogros;
  • O Banco de Portugal andou estas semanas a garantir que o BES estava seguro e que tinha capitais bem acima dos ratios legais pelo que tinha a sua solvabilidade garantida. Foi dito em comunicado oficial que o BES era uma realidade completamente diferente do GES;
  • O novo chairman, Vítor Bento, nomeado na sequência da intervenção do Banco de Portugal, escreveu uma carta com divulgação pública garantindo que todos podiam estar seguros quanto à confiança que o BES merecia;
  • Depois dessas declarações e desses comunicados as ações do BES continuaram cotadas em Bolsa e os depositantes, clientes e pequenos investidores acreditaram na palavra dos citados responsáveis;
  • Pelos vistos, esses responsáveis enganaram-se redondamente, o que é, obviamente, gravíssimo;
  • Segundo as normas da Diretiva da União Europeia, os depositantes devem ser protegidos a todo o custo e os acionistas devem pagar. Mas os acionistas devem pagar todos pela mesma moeda, tenham tido, ou não, responsabilidades na gestão ou na escolha dos gestores? Devem os pequenos investidores ser tratados como se fossem todos da Família Espírito Santo ou dos grandes acionistas comprometidos com a gestão anterior?
  • Então o Fundo de Resolução – os bancos – ficam com o que é bom e os acionistas anteriores ficam com o que é mau? E, depois, a nova entidade é vendida, os bancos são pagos do que emprestaram e, provavelmente, ainda lucram com isso?
  • Vítor Bento foi nomeado para gerir o BES, não para ser o chairman de um banco novo sem problemas. E se o BES continua, não pode Vítor Bento e os futuros acionistas ficarem sem o que dá problema e os atuais pequenos acionistas, que nunca foram a uma Assembleia Geral nem nunca conheceram ninguém responsável pelo BES, ficarem com os prejuízos e, na prática, sem o seu dinheiro.» [Observador]
   
Parecer:

Seguro devia ler atentamente Pedro Santana Lopes em vez de se limitar a dizer banalidades.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão.»
  

   
 zzz
   
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De BES a BOSTA em 365 dias

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Correu muito bem a transformação do BES em BOSTA com a transformação da mais bela crisálida do nosso sistema financeiro no Novo Banco gerido pelo assessor de Cavaco, correu tão bem que Passos Coelho nem teve de sair das águas da Manta Rota e o próprio sôr Costa do Banco de Portugal fez tudo para não incomodar os portugueses, só fazendo a sua comunicação a uma hora em que já nem se joga futebol e sem qualquer directo dos canais genéricos, que prosseguiram com os seus concursos e telenovelas.
  
De um momento para o outro Portugal tem um banco esterilizado e sem vícios, gerido por gente competente e honesta, enquanto que os mafiosos do BES, desde o mais pequeno accionista ao Ricardo ficaram donos de uma lixeira a céu aberto. Os que investem em acções ficaram a saber que se comprarem acções de banqueiros em relações aos quais quer o BdP quer a CMVM emitem certificados de honorabilidade podem ficar tesos de um dia para o outro e ainda por cima perseguidos por terem sido sócios de um qualquer é Ricardo. É para que aprendam.
  
Passos Coelho cumpriu a sua palavra, não meteu um tostão do dinheiro dos contribuintes, isso só virá a suceder efectivamente quando os eleitores já tiverem corrido com ele, nessa ocasião a maioria parlamentar de serviço formada por consultores do Novo Banco, gorjeteiros do BES Saúde e de gente do género concluirá que Passos enganou os portugueses. Seguro desceu dos entrefolhos da serra até à capital do vício para afirmar a sua posição de esquerda, opondo-se à nacionalização, uma posição contrária à do António Costa que como é sabido está feito com todos os espíritos santos e almas penadas do nosso capitalismo.
  
Até a família Ricardo Salgado está grata pela forma como as coisas correram, até agora têm o pescocinho inteiro, o sôr Costa deu-lhes um ano e mais umas semanas de bónus para ajeitarem as suas contas e garantirem um pé de meia devidamente depositado em off s.hores, por pouco até tinham sido eles a escolher a administração do novo banco, tal foi a bondade do sôr Costa para com a divina família.
  
Agora sim, graças a Passos Coelho o país tem um sistema financeiro robusto e que não gasta acima das possibilidades dos portugueses e está na hora de falar em crescimento. Foi tudo tão tranquilo que do Portas, o coordenador das pastas económicas no governo, nem se ouviu falar. Longe vão os tempos em que a Maria Luís aparecia sempre com o Portas ao lado.
  
A transformação do BES em BOSTA foi tão bem feita que eles até esperaram por um domingo de Agosto e mesmo assim só comunicaram ao país recorrendo a uma figura triste já quase à meia noite.
 
 

Umas no cravo e outras na ferradura

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O BES bom, o BES mau ou o BES tuga? Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Passos Coelho e Cavaco Silva

Em tempos contava-se a anedota do avião que vinha de África cheio de beldades e que caiu. Feiro o inquérito concluiu-se que os pilotos tinham decidido atirar-se às beldades e que tinham entregue os comandos a um macaco que traziam como recordação. O que se está a passar actualmente com o BES trouxe-me esta anedota à memória, o Estado mete mais de cinco mil milhões de euros que poderão e muito provavelmente terão de vir a ser suportados pelos contribuintes e nem Cavaco Silva, nem Passos Coelho aparecem em público a dar a cara por uma decisão que foi do governo pois um governador do BdP não tem nem nunca poderia ter competência para tal decisão.

O poder esconde-se debaixo de água numa tentativa ridícula de dar um ar de normalidade a uma situação anormal endossando para o governador do BdP todas as responsabilidades. Carlos Costa não só acedeu  afazer o triste papel como sabe que tem responsabilidades na situação a que o BES chegou pelo que não se podia recusar ao frete.

O país ficou a saber que tem um primeiro-ministro que não interrompe as férias perante a situação mais grave em toda a história económica do capitalismo português, enquanto o tal senhor que concorreu a presidente para ajudar o país com os seus conhecimentos de economia parece estar desaparecido na fixa de Gaza. Enfim, o país está muito bem entregue.

 Declaração

Para os devidos efeitos informo que irei deixar de ser cliente do BES agora designado por Novo Banco por solidariedade com os pequenos accionistas do BES e por não acreditar na gestão de cavaquistas à frente de bancos, o último cavaquista que esteve à frente de um banco foi precisamente Ricardo Salgado e como se sabe não deu grandes resultados.

 Coincidências

Portugal está à beira da bancarrota e Passos Coelho está à beira mar na Manta Rota!

PS: Será que Passos Coelho vi pedir o NIF na factura do aluguer da casa da Manta Rota para poder habilitar-se a ganhar o Audi do e-fatura para que da próxima vez possa ir de férias nuym carro de jeito em vez ter de andar de Renault Clio para vergonha dos seguranças que usam um BMW série 3.

  
 Se eu fosse um pequeno accionista do BES

Chamaria filhos da puta ao governador do Banco de Portugal, ao presidente da CMVM e a todos os titulares de órgãos de soberania eleitos. Mas não sou accionista do BES e por isso fico calado em matéria de adjectivações pessoais.
 
 Sugestão aos accionistas de bancos portugueses
 
Prestem atenção ao que o rural Seguro vos diz, quando lhes disser para que estejam tranquilos, já sabem, é porque está na hora de vender as acções a qualquer preço.
  
 O problema do país são os erros ortográficos dos professores!

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 A voz o dono

«Todos os accionistas, os grandes, os responsáveis, e os mais pequenos dos pequenos, os que ali tinham apenas algumas poupanças, vão ficar a perder. Já vi gente muito incomodada com isso. A mim o que verdadeiramente me incomodaria seria uma tentativa de distinguir entre accionistas “bons” e “maus”. A mim o que verdadeiramente me revoltaria seria ver dinheiro dos contribuintes a suportar erros de gestão ou erros de cálculo de quem comprou acções do BES.

Ao mesmo tempo, a solução encontrada para o Novo Banco parece-me ser capaz de garantir o que realmente era importante: os depósitos dos clientes. E também os empregos dos trabalhadores: se alguma reestruturação tiver de existir, será uma reestruturação, não uma hecatombe.

Finalmente – e aqui também este processo se distancia do do BPN – gostei de ver o Governo a participar na solução mas não a protagonizar a solução. Ainda bem que foi o regulador, o Banco de Portugal e o seu governador, Carlos Costa, a assumir o ónus do processo, a conduzir as negociações, por fim a dar a cara.» [José Manuel fernandes]

Como é que este senhor diz que não é usado dinheiro dos contribuintes quando o seu jornal noticia que o empréstimo será contabilizado no défice que passará a mais de 6%?

 Dúvida

O Cristiano Ronaldo vai jogar no BES bom ou no BES mau?
  
      
 Uma solução engenhosa e vergonhosa
   
«É caso para dizer o banco Bom, o banco Mau e o Vilão. O Banco de Portugal partiu o Banco Espírito Santo em dois. De um lado ficou um banco com os activos de qualidade e que terá um imaginativo e asséptico nome de ‘Novo banco’. Um huxleyano Admirável Banco Novo. O outro banco será um ‘bad bank’ que vai agregar todos os activos tóxicos do antigo BES, tais como os créditos concedidos às holdings da família Espírito Santo.

É uma solução engenhosa porque protege os clientes e depositantes do banco e porque separa o risco soberano do risco bancário. Mas é uma solução vergonhosa porque aplica o mesmo castigo (perda total de património) à família, aos grandes e aos pequenos accionistas, muitos deles pequenos aforradores, clientes ou trabalhadores do banco.

Vamos por partes. A solução é realmente engenhosa. O Estado empresta 4,4 mil milhões ao Fundo de Resolução bancária (um fundo detido por todos os bancos nacionais), que também entra com 500 milhões de euros. O dinheiro (4,9 mil milhões) vai directamente para o capital do ‘Novo Banco’ que passa a ser propriedade do tal Fundo de Resolução. Os actuais accionistas perdem tudo, ou melhor, quase tudo. Ficam accionistas de um ‘bad bank’, que é quase pior do que não ter nada.

A solução tem várias vantagens: O Estado não nacionaliza o banco, pelo menos como aconteceu com o BPN. Como o dinheiro não é injectado directamente no novo BES, os 4,4 mil milhões de euros que o Estado empresta contam como dívida, mas não como défice nas contas públicas. E a probabilidade de os contribuintes perderem dinheiro é diminuta, pois os restantes bancos do sistema financeiro garantem que o Estado recebe o dinheiro de volta.

Há naturalmente uma transferência de riscos do BES para os restantes bancos do sistema financeiro que agora, através do Fundo de Resolução, terão de tentar vender o ‘Novo BES’ para devolver o dinheiro dos contribuintes. E se não conseguirem vender o novo banco pelo menos por 4,9 mil milhões, terão de ser eles próprios a cobrir as perdas.

Mas ao fazer tábua rasa do património dos mais de 30 mil accionistas do BES, como se se tratasse de um grupo de malfeitores, o Banco de Portugal dá a machada final no mercado de capitais. É mais um caso, como o da PT, da Cimpor ou da Brisa, de atropelo aos direitos dos pequenos accionistas.

Quem aplica o seu dinheiro em acções sabe naturalmente que está a correr riscos. Mas muitos portugueses compraram acções do BES ou não venderam porque confiaram na palavra dos reguladores. E perderam tudo.

Quando no dia 10 de Julho Carlos Costa afiançou que o banco tinha uma almofada de liquidez para precaver qualquer percalço, muitos aforradores confiaram e compraram (ou não venderam) acções do BES. Duas semanas depois veio-se a saber que afinal o buraco no BES era muito maior e que afinal a almofada não chegava para nada. E quem confiou no regulador perde hoje tudo.

E quem comprou acções porque Carlos Costa disse no dia 16 de Julho que havia investidores privados interessados no BES comprou porque confiou na palavra do governador. Confiaram tantos que nesse dia as acções dispararam 20%. Os tais investidores privados nunca apareceram. Hoje as acções não valem nada. Zero.

Carlos Costa não terá culpa de ter sido enganado pela anterior administração do BES ou de ter contratado um auditor que demorou muito tempo a descobrir a real situação do banco. E também, imagino, não terá culpa se havia investidores interessados e que deixaram de estar.

Mas quem não tem mesmo culpa são os pequenos accionistas que investiram no banco (ou não venderam as acções) porque confiaram na palavra do governador. E hoje tem um vergonhoso património de zero. E quando quiserem vender o ‘Novo BES’ no mercado de capitais para encaixar dinheiro para devolver ao Estado peçam àqueles que hoje perderam tudo para voltarem a confiar.» [Público]
   
Autor:

Pedro Sousa Carvalho
       
 Vão ver que é o Tóino a ir preso
   
«É matemático, chegam os dias de torreira de agosto, a capital abafa e esvazia, e das agências de notícias só pingam frivolidades. É a silly season. A bem chamada estação parva, à falta de notícias há que inventá-las. Ontem, o Carlos Costa, o do Banco dos bancos, resolveu dar uma festa surpresa pela madrugada. Mas à banqueiro: pela madrugada quer dizer às 10.30 da noite e festa surpresa que já fora avisada por um paquete na noite anterior. O anfitrião ofereceu-nos um look arrojado, sobrancelhas em tons mate, contrastando com a cabeleira branca, quase à Lagarde. Era uma soirée à thème, o tema da festa era a crise e o salão decorado a preceito: só dois banquinhos. Um, com cartaz simples e elegante, dizendo Good Bank, e outro, despojado, com um post--it, dizendo Bad Bank. Como até na silly season as más notícias é que são as mais populares, passou-se a noite a olhar para o banquinho mau. Este estava dividido em dois: de um lado, um grupo de cavalheiros; do outro, o Tóino da Reboleira, com fato-macaco, de cujo bolso traseiro pendia um pacote de ações. "São quase uma centena!", proclamava o Tóino aos cavalheiros. Estes batiam-lhe nas costas e diziam: O senhor António é que devia ser o chefe disto, o responsável por nós todos! Não quer ser você a falar ao juiz Carlos Alexandre?" O Tóino começou por hesitar mas aceitou. Convenceram-no de que aquilo é que era ir a um aumento de capital.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.
       
 A situação é catastrófica mas não é grave
   
«A avaliar por aquilo que se passou durante um mês inteiro, é de supor que Carlos Costa e Vítor Bento tenham passado as últimas semanas a trocar as mesmas mensagens que, segundo a famosa anedota do tempo da Segunda Guerra, eram enviadas entre os quartéis-generais da Alemanha e da Áustria, já à beira da derrota. O estado-maior do Banco de Portugal passou o mês de Julho inteiro a informar que “a situação é catastrófica, mas não é grave” à qual o novo estado-maior do BES respondeu que “a situação é grave, mas não catastrófica”.

Dois exércitos paralisados durante demasiado tempo, até ontem, enquanto o BES se desfazia aos pedaços. Já não deve sobrar um português que não seja da família Costa para elogiar o papel do Banco de Portugal nesta altura dos acontecimentos.

A obsessão em separar o Grupo Espírito Santo do Banco Espírito Santo poderia ter boas razões, mas era uma escolha com um enorme problema: não tinha qualquer adesão à realidade e não era preciso ser-se um especialista para se perceber isso. Há um mês, a 3 de Julho, o Banco de Portugal declarava: “a situação de solvabilidade do BES é sólida, tendo sido significativamente reforçada com o recente aumento de capital” e elogiava o seu papel, garantindo que o Banco de Portugal “tem vindo a adoptar um conjunto de acções de supervisão, traduzidas em determinações específicas dirigidas à ESFG e ao BES, para evitar riscos de contágio ao banco resultantes do ramo não-financeiro do GES”. Foi um sucesso.

No dia 11 de Julho, Carlos Costa prosseguia a sua tarefa de “tranquilizar” o país: “O BES detém um montante de capital suficiente para acomodar eventuais impactos negativos”. Claro que tudo era feito com base na famosa auditoria que não serviu para nada – nem poderia servir, como os próprios auditores se encarregaram de vir dizer – e que nos vai fazer deixar de confiar em qualquer coisa que tenha passado por um “auditor”. E, evidentemente, por um “regulador”.

A verdade é que António José Seguro foi ao Banco de Portugal e saiu de lá tranquilo; o Presidente da República interrompeu uma viagem à Coreia do Sul para lembrar que estava tranquilo, uma vez que o  “Banco de Portugal tem sido peremptório, categórico, a afirmar que os portugueses podem confiar no Banco Espírito Santo”,  “dado que as folgas de capital são mais do que suficientes para cobrir a exposição que o banco tem à parte não financeira, mesmo na situação mais adversa”. A situação era catastrófica e grave e por agora vai ser paga pelos do costume.» [i]
   
Autor:

Ana Sá Lopes.

      
 Há com cada ratazana...
   
«As ligações que existem entre o BES e a Eurofin, financeira suíça que está a ser investigada pelo Banco de Portugal, estão em destaque no Wall Street Journal. E há três personagens principais: Francisco Machado da Cruz, ex-contabilista da ESI, João Moreira Rato, administrador financeiro do Novo Banco, e João Poppe, sobrinho de Ricardo Salgado. Todos com ligações à Eurofin.

Machado da Cruz auditou as contas da Espírito Santo Internacional (ESI) a título individual, enquanto trabalhava para o grupo suíço Eurofin, a financeira que criou os produtos de dívida que permitiram que os clientes do BES financiassem o Grupo Espírito Santo (GES). João Poppe, diretor na Eurofin, é sobrinho de Ricardo Salgado, mas o jornal refere que este quadro não esteve envolvido nas operações com unidades do GES.

Em 2008, João Poppe lançou um hedge fund de pequena dimensão, fundo de investimento alternativo que investe em ativos de maior risco, com João Moreira Rato, o atual administrador financeiro do Novo Banco. O Nau Capital, que liga Moreira Rato aos Espírito Santo, foi constituído com dinheiro do BES, 200 milhões de euros, e foi, posteriormente, vendido à Eurofin, refere a notícia do jornal norte-americano.

Nenhum dos três intervenientes prestou declarações ao The Wall Street Journal sobre estes assuntos.» [Observador]
   
Parecer:

Não haverá ninguém honesto no nosso meio político?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Procure-se com uma candeia acesa.»

 Lá vão tentar cortar mais um vencimento
   
«O empréstimo que o Governo aprovou ontem para o Fundo de Resolução, que vai buscar 4,5 mil milhões de euros ao dinheiro da troika que veio para a banca, vai ter de ser contabilizado no défice público, confirmou o Observador. Tendo em conta o montante, e partindo do pressuposto de que a execução orçamental corre bem, isto pode significar que Portugal chega ao fim do ano com um défice de 6,6% em contabilidade pública, conforme anota o Jornal de Negócios.

Nesta fase, porém, a prioridade de Maria Luís Albuquerque é tentar que a operação não conte para o Procedimento dos Défices Excessivos, aquele que conta (agora que acabou o memorando) para o cumprimentos dos objetivos definidos com a União Europeia. Este ano o que está previsto é que este fique em 4% do PIB. A ministra conta que o envolvimento da Comissão Europeia e do BCE nas negociações deste fim de semana possam ajudar a convencer as autoridades europeias, mas precisa mais ainda que se convença também o Eurostat e o INE, para não ter surpresas no fim do caminho.

Segundo uma fonte do Governo, o Executivo só esta segunda-feira comunicou a operação a estas duas autoridades estatísticas, que são independentes.» [Observador]
   
Parecer:

A explicação é que Passos Coelho encomendou um estudo a uma consultora desconhecida que concluiu que os funcionários públicos ainda ganham muito mais do que os do sector privado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pelo pior.»
     

 De certeza que não o vão calar
   
«Ricardo Salgado promete pronunciar-se sobre a queda abrupta do BES. O antigo presidente do banco vai aguardar pelas conclusões do relatório da auditoria forense que está a ser feita pelo Banco de Portugal.

Num comunicado curto, o antigo presidente do BES adianta que "aguarda pelas conclusões do relatório da auditoria forense realizada às contas do Banco Espírito Santo, relativas ao primeiro semestre de 2014, que está a ser feita pelo Banco de Portugal e pela PwC , momento em que se reserva o direito de se pronunciar sobre as mesmas".» [DN]
   
Parecer:

Este Ricardo Salgado deve ter mais cuidado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver se sobrevive ou se fala.»
  
 O Goldman Sachs safou-se!
   
«O banco norte-americano vendeu mais de 4 milhões de ações do BES no passado dia 23 de julho, ou seja poucos dias antes da CMVM ter decidido a suspensão da negociação dos títulos em bolsa.

O Goldman tinha superado a fasquia dos 2% do capital do BES no dia 15 de julho, na sequência da compra de mais de 89 milhões de ações do banco e da aquisição de quase 38 milhões de instrumentos financeiros.

Na altura, o banco justificou a compra das posições, que lhe permitiram ficar com 2,27% do capital do BES, "no sentido de facilitar a transação de clientes".» [DN]
   
Parecer:

Não só se safou como ainda deve ter ganho dinheiro.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogiem-se os apoiantes portugueses do Goldman Sachs.»
  
   
 Um empréstimo sem risco
   
«Empréstimo de 4,5 mil milhões do Estado ao Fundo de Resolução é feito a 2,95%. É um empréstimo a três meses, renovável até dois anos. "Este empréstimo não tem risco", garante Maria Luís Albuquerque. No final dos dois anos, o Fundo de Resolução terá pago cerca de 300 milhões em juros.

Quando o Estado financiou o BCP e o BPI, fê-lo a taxas de juro superior a 8,5%, lucrando pois com o empréstimo. No caso do BES, no entanto, não é assim: o empréstimo de cerca de 4,5 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução, que capitaliza o Novo Banco em 4,9 mil milhões de euros, o Estado vai financiar exatamente à mesma taxa de juro que paga à troika (2,8%), com um acréscimo de 15 pontos percentuais para suportar custos administrativos. A taxa de juro paga pelo Fundo de Resolução é pois de 2,95%.

Este empréstimo é feito a um prazo de três meses, sendo sucessivamente renovável pelo mesmo período, até um máximo de dois anos. A cada renovação, a taxa de juro agrava-se em 5 pontos percentuais, para criar um estímulo à devolução rápida do empréstimo.» [Expresso]
   
Parecer:

Pois, não há o risco de o voltar a ver.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 Maria Luís procuradora?
   
«“Tem de haver punições severas, contraordenações e terá de haver uma investigação judicial”, adiantou Maria Luís Albuquerque esta segunda-feira, em entrevista à SIC, relativamente ao Banco Espírito Santo (BES).

A ministra das Finanças esclareceu que não lhe cabe dizer quais são as penas que devem ser imputadas mas que “tem que ser feita justiça”.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Mais uma ministra a prometer o fim da impunidade.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Ainda há quem acredite no Costa da Rua do ouro
   
«"Há algumas queixas de acionistas, que compreendem a solução", mas "sem dúvida nenhuma, outros acionistas vão começar a queixar-se", admitiu à Lusa o presidente Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM).

De acordo com Octávio Viana, os acionistas que contactaram a associação "querem saber o que é que podem fazer" e têm-se queixado de ter confiado nas palavras do governador do Banco de Portugal.

"A única coisa de que se queixam é que investiram confiantes nas palavras do governador do Banco de Portugal", adiantou o responsável, criticando também Carlos Costa em nome da associação.

"Há da nossa parte uma palavra de censura porque achamos que o governador do Banco de Portugal devia ter sido mais reservado e devia ter tido mais cuidado com aquilo que falou nos últimos tempos", disse.

"De alguma forma, [Carlos Costa] alterou o juízo que as pessoas estavam a fazer do banco [BES], criou ali confiança, veio dizer que o banco estava solvente, deu uma série de indicações que levaram umas pessoas a comprar ações e outras a não vender", acrescentou.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

É lamentável.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao Sôr Costa que reforce a segurança pessoal.»



 Quem disse que os contribuintes não iam "entrar"?
   
«E é sobre esta questão que surgem as dúvidas de Megan Greene. Num comentário de que o The Guardian dá conta, publicado na rede social Twitter, Megan Greene considera que o resgate ao BES é “assustadoramente”  parecido com os resgates à banca irlandesa, “embora numa escala muito menor”. A economista acrescenta que serão “falsos” quaisquer comentários que sugiram que os contribuintes estão ‘livres’ da situação.

Na sua conta no Twitter, a cronista da Bloomberg dá também destaque a um artigo da autoria de Claire Jones, artigo esse que tem como título ‘Como roubar um país, ao estilo do Espírito Santo’ ('How to rip off a country, Espirito Santo style', lê-se no título original). Claire Jones já tinha escrito para a revista Forbes sobre a crise no banco privado.

Num outro tweet, em resposta a uma pergunta sobre o que mais receava, Megan Green foi taxativa relativamente ao que teme: "Que os custos sejam socializados em Portugal, implicando mais austeridade para reduzir a dívida pública".» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Quanto vão cortar nos pensionistas e funcionários para financiar o BES Treta.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
  

   
   
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Eu acredito!

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Eu acredito que quando Ricardo Salgado liderou a delegação de banqueiros que exigiu a vinda da troika não pretendia derrubar Sócrates e ajudar Passos Coelho ao poder. Também acredito que foi mera coincidência a posição de Passos Coelho de querer acabar com as golden shares que mais tarde facilitou a venda da Vivo por 7,5 mil milhões de euro, proporcionando uma entrada de dinheiro no GES de que Ricardo Salgado precisava desesperadamente.
  
Eu acredito que os relatórios entregues por Queirós Pereira ao governador do Banco de Portugal não continham informação suficiente para que se pudesse perceber a situação do GES e do BES. Acredito também que desde então Ricardo Salgado gerindo o BES e o GES beneficiando do desconhecimento do BdP para colocar uma parte da fortuna a salvo.
  
Eu acredito que a Troika nunca chegou sequer a suspeitar da situação do BES e que se alguém os tivesse avisado teria feito novos testes ao banco.
  
Eu acredito que o silêncio de Durão Barroso, de Passos Coelho e de Cavaco Silva se deve ao respeito institucional destas personalidades, que não conhecem, nunca beneficiaram ou não têm ou tiveram qualquer tipo de relação com membros da família Espírito Santo.
  
Eu acredito que quando Seguro disse estar tranquilo em relação à situação do BES, induzindo os clientes e pequenos accionistas num logro o fazia com as melhores das intenções e porque considera que deve haver uma relação íntima entre io líder do maior partido da oposição e o governador do BdP, cabendo ao primeiro colaborar com o segundo na tranquilidade dos mercados.
  
Acredito que a actual liderança do PS, a começar pela sua presidente Maria de Belém não aceitam qualquer tipo de relação entre política e negócios, a começar pelas empresas do universo GES.
  
Eu acredito que quando o governador do BdP anunciava o interesse dos privados não estava induzindo os pequenos accionistas na crença de que o BES sobreviveria e por isso deveriam manter as acções.
  
Eu acredito que o mesmo Goldman Sachs cujas compras de acções do BES foram brilhantemente usadas para tranquilizar clientes e pequenos accionistas as vendeu com as mesmas motivações ingénuas com que as tinha comprado, não tendo beneficiado de qualquer informação por parte de consultores e amigos em comum com o governo.
  
Eu acredito que a solução do BES se precipitou porque o governador do Banco de Portugal considerou transformar as acções do BES em lixo do BES mau do que assistir a mais alguma queda nas suas cotações em bolsa.
  
Acredito que o governo foi apanhado de surpresa nas últimas semanas e que só teve noção da situação do BES na passada sexta-feira.
  
Eu acredito que Vítor Bento, que foi proposto pela família Espírito Santo para presidir o BES não confiava nos accionistas que confiaram nele e que a recusa em assumir as funções de imediacto não visou dar tempo a Ricardo Salgado para completar o serviço.

Eu acredito que os responsáveis pelo descalabro do GES vão ser exemplarmente punidos dando razão à ministra da Justiça que em tempos anunciou o fim da impunidade e a garantia dada pela ministra Maria Luís de que os responsáveis seriam exemplarmente punidos.

Eu acredito que a notícia envolvendo Sócrates no processo Monte Branco não se tratou nem se trata de uma manobra de diversão destinada a distrair os cidadãos que dedicavam maior atenção ao caso BES, designadamente aos pequenos accionistas.

Eu acredito que Ricardo Salgado conduziu a maior fraude na história do capitalismo português, que movimentou mais de dez mil milhões de euros em poucos meses, que sacou quase mil milhões de euros à PT, que enganou milhares de depositantes que converteram depósitos a prazo em obrigações do GES, que conseguiu manter os pequenos accionistas tranquilos, tudo porque ao governo não cabe saber o que se passa nas empresas e porque os reguladores não dispunham de informação.
  
Eu acredito em tudo isto e quer acreditem, quer não, podem crer que também acredito no Pai Natal. No que não acredito é que o Dia de Natal seja a 3 de Agosto e que o Pai Natal tem o cabelo branco mas não usa barbas e que em vez de entrar pela chaminé passou a entrar pelas televisões às dez e meia de um domingo de Verão. Afinal de contas, este blogue não passa de um jumento como muitos dos seus críticos gostam de recordar, é natural que acredite em tudo o que os jornalistas dizem ou sugerem.

Umas no cravo e outras na ferradura

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 Jumento do dia
    
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal

Um dia os dossiers entregues por Queiroz Pereira ao governador do Banco de Portugal terão de ser tornados públicos para se saber o tipo de responsabilidades que tem o governador em todo o processo BES, designadamente no aumento de capital criminoso através do qual foram roubados mais de mil milhões de euros a investidores.

Basta fazer uma recolha de todas as intervenções de Carlos Costa para se perceber que as suas declarações serviram para iludir pequenos accionistas e clientes do banco até ao final da passada sexta-feira. Resta saber agora o nível de premeditação das intervenções para se apurar a real responsabilidade do governador do Banco de Portugal em todo este processo muito duvidoso.

«Os bancos intermediários financeiros que tomaram firme o último aumento do capital do antigo BES (que colocaram os títulos no mercado e se responsabilizaram por ficar com as acções sobrantes) podem vir a ser responsabilizados caso o prospecto de emissão da operação tenha omitido informação relevante para a análise correcta dos investidores.

Entre os visados encontram-se o BES Investimento, o Morgan Stanley, a UBS, a Merrill Lynch, o Citigroup, o J.P. Morgan e o banco Nomura.

A operação que reforçou o capital do antigo BES em 1047 milhões de euros, e que ficou concluída em Maio, serviu para a equipa de gestão liderada por Ricardo Salgado colocar os rácios de capital do ainda segundo maior banco privado acima dos 7% exigidos pelos reguladores. Os fundos foram levantados junto de investidores institucionais, mas também junto de milhares de clientes do retalho que subscreveram as acções a 0,65 cêntimos aos balcões do antigo BES.

Ao contrário dos institucionais que têm acesso a informação relevante e experiência de mercado de capitais, a generalidade dos clientes de retalho do BES, que se tornaram accionista do banco em Maio, não dispõem de dados completos sobre a instituição e o funcionamento da bolsa.» [Público]

 Dúvida

Num momento vergonhoso para as instituições públicas Marques Mendes comunicou ao país o que o governador do Banco de Portugal iria comunicar mais de 24 horas depois. Pela primeira vez na história dos países ocidentais uma decisão de tal responsabilidade e com tão grande impacto foi comunicada por um comentador muito antes de aparentemente decidida e com o governo escondido na praia.

Dado que há razões para suspeitar de que alguns amigos puderam ter conhecimento da transformação das acções do BES em lixo a tempo de se livrarem das acções enquanto foram negociadas na bolsa, importa saber quem deu a conhecer a decisão em relação ao BES a Marques Mendes e em que dia e hora tal sucedeu.
  
      
 E se exportássemos a ideia de Carlos Costa?
   
«Salomão tinha um pouco de Carlos Costa, resolvia os problemas à machadada, metade do bebé para um lado, metade para outro. Mas a sentença do nosso banqueiro, good bank/bad bank, ainda é mais sábia: quem nunca sonhou ter um bebé que além do sorriso lindo e da suavidade das bochechas, estivesse livre do lixo tóxico que é o choro de madrugada e o pivete das fraldas? Seria o good baby ideal. Se fôssemos um povo que soubesse patentear as suas boas ideias, ainda hojea PT teria metade da Oi, paga por um fee sobre cada chícara consumida no Brasil - afinal, foi o sargento-mor português Francisco de Melo Palheta que levou para lá o primeiro pé de café. Mas o que lá vai, lá vai, e hoje o que conta é pôr a render a ideia de domingo à noite do nosso Carlos Costa. Desde logo, expandir os setores onde aplicar a brilhante dicotomia good bank, bad bank. Uma seleção nacional de Cristiano Ronaldo, depurada de Postiga. Na PJ, guardávamos os poetas que dão os nomes às operações policiais e despedíamos os inspetores. A ideia era guardar de cada profissão exclusivamente aquilo em que ela se tem mostrado exímia. Os grandes patrões, por exemplo, passavam só a dar lições - aí, são muito bons. Já os comentadores televisivos iam para o good bank militar. Com eles nas fronteiras, em caso de guerra os invasores seriam desviados para os lugares mais errados que se possa imaginar. Infelizmente, eles continuam explicadores das coisas, onde são bad bank.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

O BdP mau e o BdP bom

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Ainda sou do tempo em que o Banco de Portugal era mais do que a miragem de reformas douradas para serventuários do poder em fim de carreira, durante décadas o BdP sobreviveu a regimes e a crises, era uma entidade respeitável em que os cidadãos confiavam. A palavra de um governador do Banco de Portugal como o Prof. Jacinto Nunes, recentemente falecido, era inquestionável, estava dito, era como a palavra dada num negócio à moda antiga.
  
Desde que o mérito deixou de ser uma condição necessária para se chegar a governador do Banco de Portugal e os lugares de administradores começou a ser ocupado por personagens menores que apenas desejam obter uma pensão dourada o banco começou a ser um instrumento ao serviço dos governos. Os governadores passaram a ser apoiantes da política económica adoptada pelos governos e usam o prestígio da instituição para validar tudo o que qualquer ministro das Finanças decide.
  
O processo BES exibiu um governador do Banco de Portugal titubeante, incapaz de tomar uma decisão e que durante semanas enganou accionistas e clientes do BES fazendo afirmações que hoje se sabe não terem correspondido nem de perto, nem de longe à verdade. Como é que se pode confiar num governador que inventou almofadas e investidores estrangeiros, que num dia vendia confiança aos accionistas e clientes e no outro dia selecionou uns para salvar e outros para serem lixo? Como se pode confiar um governador que faz uma comunicação ao país quase à meia-noite de um domingo quando na véspera Marques Mendes disse tudo o que ele ia dizer?
  
No passado havia em Portugal um Banco de Portugal bom, gerido por gente com habilitações e dimensão humana inquestionável, gente cuja palavra era inquestionável e que inspirava confiança aos agentes económicos. Aquilo que o país tem hoje é um Banco de Portugal mau, um governador cujas declarações são tóxicas e perigosas para quem nelas confia.
  
O Presidente é o que se sabe, o governo mente todos os dias, o governador é o que sabe, os tribunais decidem com uma década de atraso. Em quem podem os portugueses confiar? Qual o investidor estrangeiro que investe num país onde Banco de Portugal e CMVM dão cobertura a um aumento de capital de mais de mil milhões que depois é roubado, onde os tribunais levam dez anos a decidir um processo, onde a comunicação é comprada, onde os presidentes dos partidos recebem gorjetas avençadas, onde nem o governo nem o Presidente dão a cara pelas suas decisões, onde o Marques Mendes tem acesso a todos os segredos do poder e dá a conhecer algumas num programa de televisão onde é remunerado como comentador?
  
Se a exposição do BES ao GES levou à destruição do BES a exposição do país a tanta incompetência, oportunismo, cobardia e corrupção vai levar inevitavelmente à sua degradação, Portugal é cada vez menos um bom país e cada vez mais um mau país.
  

Umas no cravo e outras na ferradura

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   Foto Jumento


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Graffiti Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Pires de Lima

Quando um ministro da Economia diz que o caso BES não tem explicação, insinuando que é algo que ninguém poderia saber ou impedir ou está dizendo que é ingénuo ou quer fazer os outros de ingénuos. O que vale é que serão poucos os que o consideram credível e sincero.

«O ministro da Economia classificou hoje de inexplicáveis os acontecimentos relativos ao BES e PT e admitiu que a situação teve repercussões na reputação do país, mas espera que sentimento positivo sobre economia portuguesa acabe por prevalecer.

A atual situação do mercado de capitais português, com a bolsa a registar perdas, "espelha, do meu ponto de vista, a grande desilusão com a situação do BES e também aquilo que é a desfaçatez verificada na PT [Portugal Telecom]", disse à agência Lusa o ministro da Economia, António Pires de Lima.» [DN]
  
 De quem falava o então deputado Honório Novo em 2013?
  

 Em vez de se preocupar com o BES preocupava-se com o Estado


 O que preocupava o ti Costa em 2013?
   

 O seguro do Seguro morreu de velho

António José Seguro já deve ter deixado de brincar com o seu apelido, uma das suas graçolas pretensamente engraçadas, que põem a rir aqueles emplastros que normalmente aparecem atrás dos líderes partidários quando estes aparecem nas televisões. Seguro deve estar a concluir que o seguro já morreu de velho, andou a falar contra a mistura de negócios com política lançando insinuações contra Costa e agora soube-se da gorjeta avençada que a sua presidente recebe do BES. Como se isso não bastasse andou a dizer que estava tranquilo com o BES e ajudou Ricardo Salgado a arruinar os pequenos accionistas. O melhor que Seguro tem a fazer é calar-se pois de cada vez que abre a boca ou entra mosca ou sai asneira.

 Pergunta

Porque é que fazem um exame de admissão aos professores para se saber se cometem erros ortográficos e ninguém fez um exame de banqueiro a Vítor Bento para ver se ele sabe a tabuada?

 Até O Jumento estava feito com o BES?


 O BES está roto, o BCP está roto

E o Passos Coelho está na Manta Rota.

 Dúvida maldosa mas pouco ingénua

Quanto é que o Marques Mendes ganhou em bolsa e em outros negócios, sem contar com os honorários da SIC, graças ao acesso privilegiado e indiscriminado à informação do governo? Com as coisas que ele consegue saber antes dos outros eu já teria comprado metade da Herdade da Comporta.

 Contributos para a compreensão de uma grande vigarice

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 Dúvida

Porque será que sempre que cheira mal em Portugal a Goldman Sachs do compadre do Barroso e do seu amigo Arnaut anda sempre por perto?

 A dúvida de Durão Barroso

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 A dúvida dos depositantes do BES

Podem os depositantes do BES (Novo Banco) podem confiar no discurso tranquilizador feito pelas mesmas personagens que durante um mês tudo fizeram para tranquilizar os accionistas do BES para numa noite de domingo comunicarem que decidiram mandá-los para o bad bank por os considerar tóxicos e responsáveis pela gestão do BES?

Eu sou cliente do BES e não confio nas garantias de gente cuja palavra também devia ser entregue ao bad bank.

 Contributos para a compreensão de uma grande vigarice (2)

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Adivinhem quem levou Vítor Bento para o BES...
    
 As coisas que o New York Times diz (via CC)

«A government rescue of one of Portugal’s largest lenders is an object lesson in regulatory failure and the haphazard manner in which European officials have gone about fixing their troubled banking system.

The Portuguese government said on Monday that it would split the bank, Banco Espírito Santo, into two. The bank’s branches, customer deposits and healthy assets are being spun off into a new entity called Novo Banco that will receive a capital infusion of 4.9 billion euros, or about $6.6 billion, from bailout funds the government and central bank control. The remaining part of Banco Espírito Santo will hold the bank’s loan portfolio and will be wound down over time. Shareholders and some creditors of the banks are expected to lose most of their money as part of the plan.

Banco Espírito Santo’s financial problems can be traced to dubious loans the bank made to prop up other businesses that were controlled by the bank’s parent company. Last week, the bank reported losses of €3.58 billion in the first six months of the year largely because of those loans. This was not merely a failure of the Portuguese officials who had the primary responsibility for supervising the bank. The European Commission, the European Central Bank and the International Monetary Fund share some of the blame because they have been intimately involved in Portugal’s economy and financial system for the last three years after lending the country €78 billion to help it get through a financial crisis. In May, the three organizations said “bank capitalization has been significantly strengthened” in Portugal, which suggests that they were overly optimistic about the progress that had been made.

Later this year, the European Central Bank will take over supervision of the largest banks in countries that use the euro from national regulators that oversee banks. An important test of the E.C.B.’s credibility will come when it publishes the results of a “stress test” of 128 European lenders in October. The central bank has to make sure this exercise is not a pro forma checkup that makes it easy for banks to look good and hide their problems as Banco Espírito Santo appears to have done. Europe’s economy will not recover until its banking system is truly healthy.» [NYT]

 Poupar bem


 O BES morreu, mas esqueceram-se de o enterrar

Primeiro a família Espírito Santo escolheu Vítor Bento com o apoio do governador do Banco de Portugal.

Depois enganaram os pequenos accionistas sugerindo que o banco iria sobrevive, garantiam que havia uma almofada financeira e que haviam investidores estrangeiros interessados em investir no banco. O Seguro ajudou na manobra dizendo-se tranquilo e até a Goldman Sachs ajudou com um investimento de pequena monta que depressa foi usado como prova da tese da tranquilidade, manobra que resultou e até as cotações recuperaram 15% para alegria dos pequenos accionistas.  A Goldman conseguiu recuperar o dinheiro e muito provavelmente ainda ganhou algum por conta do frete.

Com alguns tubarões a salvarem-se nas últimas horas de negociação na bolsa atiraram o BES ao chão partindo-o em dois, o BES mau e o BES bom, no BES mau ficaram os quenos accionistas condenados epla gestão do banco.b No BES bom ficaram os clientes, o bom crédito, o património e o dinheiro dos contribuintes.

Brevemente o competentíssimo e honestíssimo Vítor Bento virá dizer que fez tudo o que estava ao seu alcance mas a fuga de clientes e depositantes obriga ao emagrecimento do baco com o encerramento de balcões e o despedimento de centenas de empregados. Entretanto os grandes bancos ganharam milhares de novos bons clientes e dezenas de milhares de milhões em depósitos sem terem gasto um único tostão. Não admira que até queiram dar uma ajuda de mais de seiscentos milhões, veremos se a dão mesmo ou se é apenas uma ajuda ao Costa.
 
Uns tempos depois Bento virá dizer que os cortes foram insuficientes e que é preciso nova reestruturação do banco, adequando-o à sua nova dimensão real, face à perda de clientes e de depositantes. Por fim virá de novo dizer que deu o seu melhor mas o banco é inviável, propondo a sua liquidação, ainda que isso implique a perda do dinheiro dos contribuintes ou de uma boa parte dele.

O BES ou o Novo Banco, como agora o designam, já está morto, agora sóp resta saber quando é que o vão enterrar e quanto é que os portugueses vão ter de pagar pelo seu enterro, que por uma questão de conveniência nunca deverá ocorrer antes das eleições legislativas que a crer no que Cavaco Costuma dizer deverão realizar-se, como é normal na Europa, apenas n«depois de terminada a legislatura.

 Rádio comercial: como ficou a Dona Inércia


 Dúvida

Não seria melhor fazer com o Vítor Bento o que fizeram com o Bento XVI promovendo-o a presidente emérito do BES, perdão, do Novo Banco?

   Onde é que eu já vi este filme?

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 Good piada, bad piada
   
«No fim de semana fui meter gasolina. Saí do carro e, enquanto o gasolineiro enchia o depósito, li num cartaz vermelho com letras brancas: "Bomba em Pré-pagamento." Gosto de entabular conversa e disse: "Está ali uma palavra que não se pode dizer alto num avião." O homem, que matutava com os olhos fixos na mangueira, levantou o olhar. Com o queixo apontei o cartaz. O homem seguiu a indicação e voltou à mangueira, sem palavras. Pareceu-me que matutava ainda mais profundamente. Silêncio. Uma tarde de sábado, rua deserta, dois homens numa gasolineira. Procurei à volta mais motivo de conversa mas sem ilusões. Mesmo se o encontrasse não diria nada, apesar de conversador sou tímido. Som de depósito cheio, mas o homem continuou a olhar para a mangueira. E foi então, num desfastio de quem não quer tirar dúvidas mas quer deixar o testemunho da sua perplexidade, foi então que disse: "Mas porque raio não se há de dizer pré-pagamento?!" Ele abanou a cabeça e a mangueira, e eu paguei. Entrei no carro com um dos meus sonhos realizado: assistira ao nascimento de uma anedota. Ontem, os jornais ingleses falaram do avião da Qatar que ia para Manchester e teve ameaça de bomba. Um passageiro entregara à tripulação um bilhete com a palavra proibida. E só se deu conta do que fizera quando olhou pela janela e viu jatos da RAF a escoltar. Aí, exclamou: "Oh, m....!" Parvalhão. Se era só para piada, escrevia no bilhetinho: "Pré-pagamento."» [DN]
   
Autor:

      
 Só os pequenos accionistas se lixaram
   
«O Wall Street Journal publicou hoje uma notícia na sua edição online em que dá conta de que vários fundos especializados em investimentos de risco terão ganho milhões de euros com operações feitas poucos meses antes da crise do Banco Espírito Santo (BES).

O jornal norte-americano dá conta, na sua edição online, de que os designados hedge funds – que pedem emprestados títulos de uma empresa e, após apostar na sua queda, os vendem a um preço mais baixo, obtendo lucro – terão reforçado a sua posição no BES meses antes do colapso.

O Marshall Wace LLP fê-lo em meados de julho (de 0,51% para 0,85% do capital social do banco), após uma aposta inicial em 15 de maio, quando as ações estavam a negociar a 99 cêntimos. Duas semanas mais tarde, a sua posição terá sido novamente reduzida para os 0,51%, com ganhos de cerca de 27 milhões de euros.

À mesma técnica terá recorrido o TT International, assumindo uma posição curta em julho de 2013, que aumentou em junho de 2014, obtendo lucros de 15 milhões de euros. E ainda o Altair Investment Management Ltd, com ganhos de 11 milhões de euros.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Um dia saber-se-á toda a verdade.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»

 Há sempre quem se aproveite
   
«No dia 4 de Agosto, Alexandre Soares dos Santos deu ordem de compra de 31 mil ações da Jerónimo Martins. O administrador da Sociedade Francisco Manuel dos Santos estava a aproveitar a maior queda bolsista da sua empresa desde 2008. Os títulos da Jerónimo Martins tinham caído quase 14% e o empresário aproveitou esse facto para reforçar a sua posição na empresa.

A confirmação foi feita pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), através de um comunicado onde se informava sobre a operação. Ao todo foram adquiridas novas 31.068 ações da empresa liderada pelo seu filho Pedro Soares dos Santos.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Há muitas formas de tramar os pequenos accionistas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao merceeiro holandês.»
     
 Um povo que anda a pé é mais saudável
   
«As empresas de transporte público de Lisboa e do Porto perderam desde 2010 mais de 145 milhões de passageiros, tendo apenas o Metro do Porto conquistado clientes, segundo os seus relatórios e contas.» [DN]
   
Parecer:

Quando Passos Coelho disse que o povo tinha comido em demasia tinha razão, nada como uma dieta e exercício físico.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
   
 Líder das Avós da Praça de Maio encontra neto
   
«O neto da líder histórica das Avós da Praça de Maio, Estela Carlotto, desaparecido durante a ditadura militar argentina (1976-1983), foi identificado 36 anos após ter nascido quando a sua mãe estava em cativeiro.

A 26 de junho de 1978, Laura Carlotto foi mãe de um rapaz, a que deu o nome de Guido, quando estava detida, segundo o relato de um companheiro de detenção da filha de Estela Carlotto. Tal como outros 500 bebés de opositores nascidos em cativeiro, Guido - um pianistas e compositor que cresceu com o nome de Ignacio Hurban - foi adotado e desconhecia a verdade do seu passado.

Há umas semanas, por ter dúvidas sobre a sua identidade, resolveu fazer testes e ADN. Ontem, descobriu que era o neto de uma das figuras históricas do movimento de mulheres argentinas que, ainda durante a ditadura, tiveram a coragem de desafiar os militares e manifestar-se diante do palácio presidencial para exigir a entrega dos seus familiares.» [DN]  
   
 E porque não criar um bad BCP?
   
«A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) decidiu proibir as vendas a descoberto com ações do Millennium bcp depois da forte queda do banco hoje em Bolsa.

A proibição é relativa a toda a sessão desta quinta-feira. Neste tipo de operação, os investidores apostam na queda dos títulos, lucrando com a descida das ações em Bolsa.

O BCP afundou hoje 15,07%  em Bolsa, para os €0,0879, contagiado pelo colapso do Banco Espírito Santo (BES).

Os investidores temem a exposição que os bancos portugueses vão ter ao Novo Banco (ex-BES), que vai ser capitalizado em €4,9 mil milhões através do Fundo de Resolução.» [Expresso]
   
Parecer:

É uma ideia.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão.»
   
 A família maldita
   
«São maridos e mulheres, mães e pais, filhos e filhas e até netos: dezenas de familiares de administradores e de membros de órgãos de fiscalização do Banco Espírito Santo têm as contas bancárias no BES congeladas desde o início da semana. Essas contas foram transferidas para o "banco mau", o que significa que poderão estar perdidas.» [Expresso]
   
Parecer:

OS Távoras do tempo de Passos Coelho?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se e proponha-se que se salgue a Herdade da Comporta.»
  
 É o ver se te avias
   
«Os serviços da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa são controlados em grande parte, desde a posse de Santana Lopes em Setembro de 2011, por pessoas próximas do provedor e dos membros da sua equipa, muitas delas com ligações directas ao PSD e ao CDS.

Não se trata propriamente de uma novidade, visto que a SCML é gerida há muitos anos, tanto pelo PSD, como pelo CDS e pelo PS, numa lógica partidária. Actualmente, porém, e tanto quanto é possível avaliar, esta lógica ganhou peso dentro da instituição.

A mesa, composta pelo provedor, vice-provedor e três vogais, é, por via dos estatutos, nomeada pelo primeiro-ministro e pelo ministro da Segurança Social. Daí para baixo as fidelidades políticas e pessoais destacam-se tradicionalmente entre os critérios de nomeação e contratação dos quadros e dirigentes.

Traçar um retrato rigoroso da distribuição de poder em função dessas filiações não é, todavia, tarefa fácil. Desde logo porque, por mais que se tente, não há informação disponível e suficiente sobre quem faz o quê ao nível das chefias e direcções da instituição. Tanto mais que, entre 2012 e 2013, o número dos seus dirigentes cresceu 23%, passando de 190 para 233.

O PÚBLICO pediu nos últimos meses informação detalhada sobre o assunto — atendendo a que a SCML, ao contrário das restantes misericórdias do país, é tutelada pelo Estado, cabendo ao Ministério da Segurança Social a “definição das orientações gerais de gestão” e a “fiscalização” da sua actividade —, mas não obteve resposta concludente.

Numa primeira fase foi remetido para o site da instituição, onde apenas apareciam os nomes de parte dos dirigentes de topo, embora alguns deles não correspondessem às pessoas que estavam em funções. Recentemente o site foi actualizado, mas continua a não constar do mesmo os nomes dos dirigentes intermédios. E mesmo entre os directores e subdirectores  há muitos que lá não estão, como os do Departamento de Jogos, da Direcção de Aprovisionamento e da Direcção dos Assuntos Jurídicos. 

Em todo o caso, a consulta do site e os dados recolhidos em documentos oficiais indiciam que a situação se agravou em relação ao mandato anterior, em que o provedor era o socialista Rui Cunha.

Começando pela mesa, além de Santana Lopes, dois dos seus vogais são membros importantes do PSD: Helena Lopes da Costa, ex-deputada do PSD e ex-vereadora da Câmara  de Lisboa quando Santana era presidente; e Paulo Calado, ex-vereador do PSD em Setúbal e sócio da sociedade de advogados Global Lawyers, criada por Santana Lopes. No lugar de vice-provedor está Fernando Paes Afonso, um destacado militante do CDS que já integrou os seus órgãos nacionais.

No tempo de Rui Cunha, para lá dele próprio, não havia mais nenhum dirigente socialista de relevo na cúpula da Misericórdia.» [Público]
   
Parecer:

Santana igual a si próprio.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  

   
   
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A crise no BES segundo o Luta Popular

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O que escreveria o Luta Popular, órgão oficial do MRPP nos tempos heróicos do camarada Arnaldo Matos, o grande educador da classe operária?
  
Antes de quaisquer causas de ordem humana ter-se-ia em conta a explicação do socialismo científico, a poderosa arma analítica do marxismo-leninismo que tem no Capital de Karl Marx a fonte de todas as explicações. E a explicação é simples, a crise do BES é a crise do capital financeiro que se internacionalizou depois de um processo tardio do capitalismo português na transformação do capital industrial em capital financeiro. Um processo que se atrasou em consequência de um golpe militar conduzido pela pequena burguesia militarista que instituiu uma democracia que serviu para enganar o povo.
  
Diria o Luta Popular que esse capital financeiro aumentou o seu poder porque teve ao seu serviço o mais alto responsável da Comissão Europeia e o governo português, dois serventuários corruptos ao serviço do capital. Foi graças à cobertura desses responsáveis e do Banco de Portugal, uma instituição que serve para acorrer ao capital financeiro quando este está em dificuldades, que o capitalista Ricardo Salgado roubou o país e o BES para voltar a renascer e voltar a explorar os trabalhadores.
  
A troika, representante do capitalismo internacional, soube da situação do BES mas como quer o governo, quer o seu chefe Durão Barroso davam cobertura aos truques de Ricardo Salgado, os seus serviçais preferiram ignorar a crise no banco, certos de que o banqueiros conseguiria mais um vez enganar os seus parceiros, desta vez com a ajuda do governo do BdP e da Comissão Europeia.
  
O Banco de Portugal não passou de um instrumento ao serviço do governo capitalista e do banqueiro Ricardo Salgado para enganar os pequenos accionistas enquanto davam tempo a Ricardo Salgado desnatar o BES e roubar o pecúlio do último aumento de capital, manobra que contou com a cobertura do BdP e da CMVM e que visou enganar mais alguns pequenos accionistas. Numa semana o governador do Banco de Portugal tranquilizava os pequenos accionistas, no domingo  à noite condenava-os por serem responsáveis pela gestão ruinosa do BES.
  
A actuação de Seguro que tranquilizou os pequenos accionistas do BES levando-os às câmaras de gás dizendo-lhes que iam tomar banho é facilmente explicado pela traição da social-democracia à classe operária, aos trabalhadores e à pequena burguesia progressista.
 
A comunicação acabaria com um "Morte ao banqueiro fascista Ricardo Salgado, aos seus lacaios Carlos Costa, Passos Coelho e Durão Barroso, ao pequeno burguês Seguro traidor da classe operária e a todos os esbirros que os apoiam".
  
Pois, mas o Barroso da Comissão, o José Manuel Fernandes do Observador ou a Ana Gomes que apoia o Seguro na treta das directas do PS é que eram do MRPP, eu nunca fui.
  


Umas no cravo e outras na ferradura

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   Foto Jumento


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Graffiti, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Carlos Costa

Carlos Costa começa a lembrar o Avô Cantigas, tantas são as musiquinhas de embalar. A última foi a de que só começou a tratar da solução do BES depois do fecho dos mercados na sexta-feira, afastando dessa forma qualquer hipótese de a solução ter chegado ao conhecimento de alguém que pudesse beneficiar disso na bolsa. Além disso a escolha da hora, o Avô Cantigas começou a maratona depois do jantar, já com o estômago devidamente aconchegado.

Enfim, ainda vamos ver o sôr Costa a fazer de Pai Natal num centro comercial de Lisboa.

«Questionado se informou a CMVM sobre o futuro do banco, que poderia ter evitado a forte queda em Bolsa nos dois dias anteriores, Carlos Costa disse que "a decisão de avançar com a medida foi tomada na sexta-feira após o fecho do mercado, depois de termos chamado os responsáveis do banco. Na segunda tínhamos um deadline e para a qual tínhamos de encontrar uma solução. Prova disso é que o BCE foi mobilizado. A CMVM, o BdP e o ISP reuniram antes para avaliar vários cenários mas tínhamos a expectativa na recapitalização privada. Mas os prejuízos, incertezas e a necessidade de dois meses para realizar a operação, determinou a intervenção rápida".» [DN]

 Uma pergunta ao sôr Carlos Costa

Em que dia, a que horas e como é que no sábado Marques Mendes já sabia e foi autorizado a comunicar ao país a decisão adoptada para o BES? Sou antes ou depois do fecho do mercado e foi o governo ou o BdP que o informou?
  
 Alguém me explica?

A troco de menos do que foi investido no BES o BCP teve de vender negócios e cortar na massa salarial, enquanto o BPI reduziu balcões e empregado e ao BES nada se exigiu? A Troika e a Miss Luís andam uma simpatia.

 Sugestão

Consultem o currículo académico e profissional do governador do Banco de Portugal e depois digam-me se lhe aturavam uma lição de política económica. Quase me dá vontade de rir quando vejo muita gente valorizar a opinião deste senhor. Aliás, somando os ministros todos não se conseguia dar todo o programa de uma cadeira de política económica.
  
 Dúvida

Não estará na hora de exigir a Cavaco Silva que apresente uma prova de vida só para saber se Portugal ainda tem um titular do cargo de presidente desta coisa toda? Bem, se o país sobreviveu ao dono disto tudo também sobrevive ao desaparecimento disto tudo.
  
      
 O que sabe Mendes?
   
«Na noite de sábado, algures de férias, Marques Mendes falou em nome do Governo, sem comprometer o Governo mas com acesso íntimo ao Governo, e explicou o que iria acontecer ao BES nos dias seguintes. Tudo muito bonito, muito limpinho e asseadinho, muito bom para todos nós, os contribuintes escalfados pelos impostos. Tudo supimpa para o Governo, que falou sem falar, disse sem dizer.

Afinal, há coisas que ainda correm bem. O comentador acertou em quase tudo. Ou melhor: leu todas as leis sobre recapitalizações - disse ele, "li a legislação recente e com um ano, dois anos"; e a aprovada de escantilhão, na véspera, leu? -, cruzou a informação obtida junto "de várias pessoas" (que judicioso) apurou os factos e nós, aqui nos jornais, de boca a aberta a mudar textos, a voltar a falar com as mesmas fontes e outras também.
  
Que maravilha. Não vale a pena pagar uma redação, jornalistas, revisores, salários, livros de estilo, maçadas, cenas. Marques Mendes, algures neste nosso deserto informativo, faz o serviço completo, et voilà: comentador, repórter, porta-voz ministerial, fonte das instituições que convém no momento em que convém. Mas também popular, popularucho, próximo - vê-se que é um homem que sabe falar às pessoas -, indignado, irado quando tem de ser. Os acionistas do BES são "uma espécie de lixo", disse ele, juntando-se à multidão que quando vê acionistas imagina nababos. Depois da Via Verde, aqui está outra patente lusitana a registar: uma mistura de jornal popular com páginas de referência, embora em carne e osso, gravata a condizer, acesso ao prime time. Prever é difícil, especialmente o futuro, mas Marques Mendes não prevê, ele acerta, ele sabe o que deve ser sabido. É um market mover, o mercado mexe-se, cai ou sobe, quando ele debita.

Cá está a inveja do jornalista (a minha) a roer-se do fim do monopólio da informação e do seu relato desejavelmente equilibrado e comprometido com a procura da verdade. Os jornalistas estão hoje como aqueles amoladores de facas e tesouras que às vezes, num domingo soalheiro, ainda ouvimos passar pela rua lá em baixo a soprar naquela gaita de beiços só deles. Espreitamos à janela, ali vai ele, o amolador, excêntrico e solitário, naquele passo rumo ao fim, o beco sem saída; e nós, os consumidores, só pensamos que as facas já as trocámos no IKEA, é mais rápido, um clique, e que o guarda-chuva não merece a despesa nem o trabalho.

Mendes é isso, é o IKEA da informação. Ele apura, alvitra, promove, posiciona, limpa. É expedito. "Este dinheiro - disse ele sobre os 4,4 mil milhões que os contribuintes acabam de emprestar ao Fundo de Resolução - não vem do Estado, (...) não é dinheiro público." Que beleza, que rigor, que modelo de negócio: a cama do poder mudou-se para o quarto poder. É uma sinergia muito económica e que nunca repousa. Marques Mendes... algures... a partir do deserto jornalístico. Et voilà.» [DN]
   
Autor:

André Macedo.
       
 Não há nada que o tempo não resolava
   
«É a mais antiga universidade romana, foi fundada em 1303 e tem o mais belo dos nomes para a função que pratica, La Sapienza, A Sabedoria. No mês passado, mas só ontem se soube, convidou o mais improvável especialista para participar numa aula de criminologia: o capitão Francesco Schettino. Ele falou aos alunos sobre "gestão do controlo de pânico numa situação de crise". O capitão Schettino, lembram-se? O comandante do navio de cruzeiro Costa Concordia que em janeiro de 2012 naufragou nas rochas da ilha de Giglio, na Toscana. Ele foi dos primeiros a pôr-se a salvo enquanto centenas de passageiros permaneciam no navio sem que lhes gerissem o controlo do pânico. Morreram 32 descontrolados. Itália - um país que tem milhares de boas razões para nos ser simpático e mais esta: dá--nos o péssimo conforto de não estarmos sozinhos na produção de noticiários absurdos (olá, ministro Pires de Lima, bela frase a sua, ontem: "Acontecimentos no BES são inexplicáveis") -, a Itália, pois, ficou em estado de choque com mais este disparate. O jornal Corriere della Sera fazia esta comparação: "É como se o Drácula desse uma aula sobre anemia." Atenção, La Sapienza tem uma desculpa para o seu despropósito: o naufrágio já tem dois anos. Ninguém nos garante que daqui a dois anos Ricardo Salgado não volte a dar uma aula magna sobre a vida dos portugueses acima das suas posses.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.
       
 O pior dos pesadelos
   
«Já ninguém está preocupado com a família Espírito Santo e poucos são os que se preocupam com o Governo, os partidos que o apoiam e o regulador. A todos podemos substituir, mas a pancada que volta a sobrar para os portugueses vai doer muito mais do que é possível imaginar.

Esses portugueses são pequenos accionistas, trabalhadores de empresas que acabarão por falir, que dependem de um sistema bancário que passa de bestial a besta e de uma economia que dava sinais de recuperação e que ameaça entrar novamente em depressão. Por muito que a elite pense que sim, a necessidade de o Estado intervir para salvar um banco que julgávamos salvo não é o problema maior.

Este país não tem solução enquanto todos os poderes pactuarem com um sistema que favorece o enriquecimento ilícito, que julga na praça pública por ser incapaz de fazer justiça nos tribunais, que despreza a competência e aplaude o amiguísmo, que se mostra totalmente incapaz de promover a igualdade de oportunidades. Um sistema que recicla os donos disto tudo mas apenas para substituir uns pelos outros.

O capitalismo sem ética, a que aludiu o Papa Francisco como uma das principais chagas do mundo moderno, é que nos tem arrastado de desgraça em desgraça. Agora, que começávamos a pôr a cabeça fora de água, aproximando as nossas despesas das nossas receitas, podemos ter de começar todo o calvário de novo. O pior é que muita gente, muita gente mesmo, não tem como aguentar nova tragédia que obrigue o Governo a cobrar mais impostos, a banca a reter capital e as empresas a despedir.

Tudo isto é mau, muito mau mesmo, mas ainda não é o pior dos pesadelos. Imaginem que Ricardo Salgado, tocado pelas santas palavras do Bispo de Roma, resolve redimir-se do seu capital pecado e confessar o carácter diabólico que presidiu às suas relações nas últimas décadas. É que não há banco do regime sem regime, nem regime sem titulares do poder, nem corruptores sem corruptos. Nós sabemos como, entre as migalhas e os grandes banquetes, muita gente comeu à mesa do último banqueiro.

Se ele se confessa, o colapso que se abateu sobre a família Espírito Santo será de repercussões bem maiores, envolvendo outros banqueiros, empresários que foram apenas testas-de-ferro, milionários de toda a espécie, dezenas ou centenas de políticos, alguns jornalistas e magistrados... Não faço ideia se ficaria pedra sobre pedra e até imagino que esta catarse deixaria mais feridas do que curas, mas, pelo menos, viveríamos na verdade.

Deve ser porque vejo muita gente com medo que Ricardo Salgado conte tudo o que sabe que este pesadelo parece real. Ele, afinal, ainda tem muito poder. A destruição criativa continua nas mãos deste homem.» [DN]
   
Autor:

Paulo Baldaia.

      
 Só agora?
   
«Henrique Granadeiro apresentou esta quinta-feira a sua renúncia a todos os cargos na Portugal Telecom, sabe o Expresso. Deixará, pois, de ser presidente do Conselho de Administração e presidente da Comissão Executiva da empresa portuguesa.

É a consequência direta do escândalo do investimento de 847 milhões de euros da PT em papel comercial do Grupo Espírito Santo, que entretanto entrou em insolvência, gerando fortes prejuízos nos seus credores, incluindo a Portugal Telecom.

Em reunião de Conselho de Administração da empresa, que ocorreu esta quinta-feira, foram apresentadas várias propostas no âmbito do processo. Entre elas inclui-se a decisão do Conselho de Administração de promover uma auditoria específica às relações entre a PT e o BES, para apurar se os procedimentos ocorridos nesta relação foram sempre os corretos e que órgãos ou pessoas estiveram envolvidos nessas relações.» [Expresso]
   
Parecer:

Foi de livre e espontânea vontade ou terá sido empurrado borda fora?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»

 Lá se foi o mercado russo
   
«Em declarações à Lusa, o secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, sublinhou que a Federação Russa é o 15.º destino das exportações agroalimentares, representando cerca de 50 milhões de euros anuais, pelo que as empresas portuguesas vão ressentir-se das sanções.

"Tendo em conta que a Rússia é um destino importante para as nossas empresas, com certeza tem um impacto relevante para o nosso agroalimentar", reconheceu.

A expectativa de crescimento das exportações para aquela região era de 10% (até maio de 2014 face ao período homólogo), mas o Governo pretende agora ajudar as empresas "a diversificar os mercados", depois de a Rússia ter decretado a proibição de importar produtos alimentares de países europeus e dos Estados Unidos, em resposta às sanções que lhe foram impostas.» [DN]
   
Parecer:

Isto de andarmos armados em galos-da-Índia tem o seu preço.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 Foi o salve-se quem puder
   
«Membros dos órgãos de administração e de fiscalização e quadros superiores do Banco Espírito Santo (BES) venderam ações da instituição financeira, nos 12 meses que antecederam a divulgação do prospeto do aumento de capital realizado em junho de 2014, e conseguiram um encaixe total superior a 1,9 milhões de euros. A informação sobre estas operações está incluída na página 84 daquele documento, datado de 20 de maio de 2014, em que se acrescenta que, durante o período considerado, nenhum daqueles altos quadros do banco procedeu a “quaisquer aquisições de ações do BES”.» [Observador]
   
Parecer:

Quem se lixou foram os pequenos accionistas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demitam-ses os responsáveis dos reguladores.»
  
   
 O dono da selfie é o macaco
   
«Um fotógrafo inglês está a enfrentar uma batalha legal com a Wikimedia para que a organização retire do seu site uma selfie tirada pela sua máquina. No entanto, conta o The Telegraph, a Wikimedia atribui os direitos de autor ao macaco e recusa retirá-la da sua página.

A Wikimedia, organização norte-americana da qual faz parte a Wikipédia, tem recusado repetidamente os pedidos de um fotógrafo para remover uma das suas imagens do site, dado que não deu permissão para o seu uso.

A organização tem, no entanto, uma opinião diferente e alega que, como foi tirada por um macaco e não pelo queixoso, este não detém os seus direitos de autor, conta o The Telegraph.

David Slater, um fotógrafo inglês da vida selvagem, estava na Indonésia em 2011 quando um macaco se aproximou do seu equipamento, roubou uma câmara e tirou centenas de selfies.

Muitas delas estavam, naturalmente, desfocadas e até dirigidas ao chão mas algumas estavam perfeitas, incluindo uma que deu a Slater os seus ’15 minutos de fama’: um selfie perfeita de um macaco sorridente.

A imagem foi amplamente partilha na internet e o fotografo está agora numa batalha legal com a Wikimedia, depois de a organização decidir adicionar a imagem à sua coleção de imagens disponíveis para partilha sem qualquer custo.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Andam por aí muitos macacos a tirar selfies.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
   
 Mais cedo do que eu esperava
   
«O presidente do Novo Banco, Vítor Bento, afirmou, nesta quinta-feira à noite, em entrevista à SIC, que terá “de haver um redimensionamento do banco” para uma dimensão inferior à que tinha o BES.

Sublinhando o facto de estar no cargo há poucos dias, Vítor Bento não adiantou pormenores sobre a reestruturação, embora tenha afirmado que admite uma possível venda de activos e que conta ter um plano pronto no prazo de um a três meses. Questionado sobre um possível corte no número de trabalhadores e balcões, o presidente do Novo Banco respondeu ser “provável”.

Em resposta a uma pergunta sobre a diminuição no número de depósitos, Bento garantiu que a maioria dos clientes do BES continua na nova instituição e argumentou que “os depósitos que vão saindo, ou que podem sair numa situação de incerteza, não são impactantes”. 

“Tenho o desafio de tornar [o Novo Banco] rentável, que é um desafio que vai levar o seu tempo”, afirmou ainda.» [Público]
   
Parecer:

O enterro do BES bom começou muito antes do que previ ainda ontem.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Quem disse que a solução protegia os trabalhadores do BES?»
   
 Agora a ovelha negra é cipriota
   
«O governador defendeu que a medida aplicada foi a “melhor” uma vez que nenhuma das outras possível era viável. Disse que o novo presidente do Novo Banco, Vítor Bento, lhe comunicou no passado dia 31 de julho a “impossibilidade de recapitalização privada do banco” e que, por isso, “esgotada a possibilidade de recapitalização privada, por razões de estabilidade financeira, a hipótese de liquidação estaria afastada, só restava a recapitalização pública ou uma medida de resolução”. Como não era possível uma “recapitalização pública em 48 horas” e também não era a opção pretendida, diz Carlos Costa que só restava a medida de resolução aplicada. E como tal, disse mais tarde, foi preferível agir:

“Não fazer nada seria o caos cipriota”.

Na audição que demorou mais de três horas, o governador do Banco de Portugal garantiu que será o sistema financeiro a pagar o empréstimo ao Estado e que não há risco para os contribuintes uma vez que há um “mecanismo automático” que permite fazer a devolução do empréstimo através da comparticipação dos bancos. “Vai permitir amortizar essa dívida que eventualmente subsista”, depois da venda do Novo Banco. Isto se o Novo Banco for vendido a valores inferiores aos 3,9 mil milhões de euros que foi emprestado pelo Estado ao Fundo de Resolução.» [Observador]
   
Parecer:

Pois, mas não lixaram os pequenos accionistas como fez o sôr Costa.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  

   
   
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Capitalismo canalha de Estado

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Desde Margaret Thatcher que o pequeno accionista é o símbolo do capitalismo, algo que não sucedia num tempo em que o mundo se dividia entre patrões e assalariados e os investidores na bolsa eram capitalistas. Em qualquer caso a bolsa sempre foi um mercado vigiado para evitar abusos que são equiparáveis a qualquer roubo.
  
Aquilo que se passou em Portugal com a intervenção estatal no BES foi a todos os títulos muito feio e no plano ideológico representou a evolução do nosso modelo económico para um tipo de capitalismo estatal canalha e sem escrúpulos. Até aqui a bolsa de valores portuguesa era uma feira da ladra onde ladrões profissionais enriqueciam à custa dos incautos, com a intervenção do BES a bolsa de valores deixou de ser uma Feira da Ladra, agora são os polícias que roubam em plena rua e à luz do dia.
  
Enquanto deram jeito os pequenos accionistas do BES andaram ao colo do governador do Banco de Portugal e do governo, que havia almofada, que uma coisa era o BES banco e outra era o GES, que haviam investidores estrangeiros interessados, que até o Goldman Sachs investia em acções. O objectivo era óbvio evitar que os accionistas se livrassem das acções do BES e manter os clientes no banco.
  
Nessa fase o Ricardo Salgado escolhia o Vítor Bento, o Seguro visitava o governador do BdP para aparecer nas televisões em prime time. Escolhido o Vítor Bento pela família Espírito Santo o ainda presidente do BES era um bandido e o designado salvador do banco evitava assumir responsabilidades. Ainda havia apenas um banco que era bom, mas passou a haverem accionistas bons e accionistas maus, os primeiros eram os pequenos accionistas, os segundos era a família Espírito Santo, que rapidamente foi afastada da gestão do banco.
  
O que ninguém poderia esperar era que de um dia para os outros todos os accionistas passassem a ser considerados gente perigosa. Milhares de pequenos investidores que confiaram nos governos, na CMVM e no Banco de Portugal passaram a ser responsáveis pela gestão do BES e condenados a ficar no banco do lixo da família Espírito Santo. Milhares de pessoas que há um mês investiram as suas poupanças no BES, confiando nas instituições públicas foram tratadas como bandidos.
  
Todos esses investidores estão calados, deixou de haver qualquer diferença entre os membros da fa´lia Espírito Santo e os pequenos accionistas, são todos bandidos e até quem tem há comprado uma acção tem agora receio de o dizer em público. São pessoas que foram arruinadas pelo Ricardo Salgado, pela Maria Luís, pelo Carlos Costa e pelo Carlos Tavares e que a máquina de propaganda do governo transformou em vigaristas. Oas incompetentes e colaboradores de Ricardo Salgado foram promovidos a salvadores do sistema financeiro, enquanto os pequenos accionistas foram transformados em malandros.
  
A ministra das Finanças e o governador do Banco de Portugal não mataram apenas o BES, mataram também o capitalismo de que se dizem defensores, mataram a credibilidade na bolsa de valores e no mercado de capitais, mataram de vez a credibilidade de instituições como o Banco de Portugal.

Umas no cravo e outras na ferradura

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  Foto Jumento
 

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Pernilonga, Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António
  
 Jumento do dia
    
Carlos Tavares, presidente da CMVM

O sentido da dignidade mandaria Carlos Tavares apresentar o pedido de demissão.

«A CMVM reiterou esta sexta-feira que suspendeu as ações do BES depois das 15h00 de sexta-feira passada porque só nessa altura teve conhecimento de “iminentes desenvolvimentos“, garantindo desconhecer outras decisões que “tudo indica” influenciaram os preços dos títulos.

Destacando que a “descrição dos factos está documentada”, num esclarecimento hoje divulgado à imprensa, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “reitera integralmente” a informação veiculada na segunda-feira quando informou que suspendeu a negociação dos títulos do BES, na sexta-feira, 1 de agosto, “logo após ter tido conhecimento de iminentes desenvolvimentos que vieram a ser conhecidos durante o fim-de-semana”.

“A CMVM procedeu à suspensão dos títulos depois das 15 horas [de sexta-feira da semana passada] dado que só por volta dessa hora teve conhecimento que haveria desenvolvimentos, ainda que desconhecendo os termos concretos dos mesmos“, lê-se na nota.

A instituição liderada por Carlos Tavares garante ainda que “em momento anterior não foi informada sobre outras decisões tomadas relativas ao BES e que, tudo indica, influenciaram a formação dos preços“.» [Observador]
 
 O roubar está cada vez mais inventivo

Desde que o antigo administrador do Banco Efisa (do BPN) começou a simpatizar com a austeridade parece que o Tribunal de Contas se especializou em saúde e quando o Opus Macedo diz mata os magas de alpaca juízes do TC dizem esfola. De uma assentada resolveram o problemas dos médicos de família, descobriram que se as consultas demorassem apenas 15 minuto já existiram médicos suficientes. Da próxima vez vão descobrir que se em vez de costura os cirurgiões usarem fita adesiva para fechar as feridas até se acabam, as filas de espera de cirurgia.
      
 O roubar está cada vez mais inventivo
   
«Para os batoteiros, o problema com os jogos de azar é o azar, entendido este último como acaso. Os aldrabões profissionais não confiam no acaso. Por isso viciam os dados, drogam os cavalos ou compram jogadores... No entanto, há sempre uma chance de lhes calhar o acaso. Por exemplo, um batoteiro anular outro: há uma anedota brasileira que diz que jogo viciado na Bahia acaba sempre empatado (uma equipa faz por perder mas a outra também). O ótimo, pois, seria ter todas as chances do seu lado. Como aquele ditador africano que resolveu o assunto anunciando os resultados eleitorais antes do escrutínio: "Assim não há fraude", explicou-se ele com certa lógica. E é depois disto que caímos em pleno noticiário de ontem com a Procuradoria-Geral da República a abrir um inquérito à suspeita de um jogo de futebol entre os portugueses do Freamunde e espanhóis do Ponferradina, que foi metido na bolsa de apostas internacionais. É claro que a história estaria em tentar perceber o mistério que leva um tipo de Hong Kong a investir um cêntimo que seja num assunto de que não percebe nada. Mas o caso Freamunde-Ponferradina tem um lado inovador: é que o jogo não se realizou. Quer dizer, os batoteiros nem precisaram de comprar jogadores, inventaram o que lhes deu na gana, um 1-1 ou um 37-5. Isto abre perspetivas fantásticas para nossa alta finança. Para a próxima nem precisam das tretas dos bancos, podem ir diretamente para o assalto.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
      
 Tragédia de entre-os-BES
   
«Maria Luís Albuquerque, a 27 de junho, no Parlamento: "Posso dar a garantia de que não vamos ter dinheiro dos contribuintes no BES. Estamos a acompanhar a situação há já largos meses. O Governo tudo tem feito." M.L.A., a 7 de agosto, no Parlamento: "Os contribuintes receberão de volta o seu montante." M.L.A., a 27 de junho, idem: "Quem toma as decisões é o Governo e ninguém mais." M.L.A., a 7 de agosto, ibidem: "A decisão é tomada pelo regulador. Aconselho os senhores deputados a lerem a legislação."

Contradições insanáveis categoricamente proferidas, como é apanágio da responsável (?) das Finanças. E como as explica, enfadada? "Houve uma quantidade de factos novos que vieram a público nos últimos dias." Portanto, andou a garantir que o banco era sólido até meio de julho sem fazer a mínima, mas qual é o problema? Ninguém espere que senhora tão séria admita ter andado a enganar os portugueses e, o que para ela será muito mais grave, os mercados.

Admitir o quê se ontem também foi ao Parlamento o governador do Banco de Portugal assegurar que toda a responsabilidade é sua? "Se houver alguma coisa a criticar, é ao BdP, se houver alguma coisa a elogiar, é ao BdP. O proprietário da solução é o BdP." Solução que, informou os deputados, Carlos Costa só decidiu na sexta - apesar de, no domingo à noite, ter informado o País de que a fraude no BES, constando da descapitalização do banco a favor de empresas do grupo, fora detetada em setembro de 2013. Para além desta revelação espantosa (o regulador sabia de uma fraude e durante um ano permitiu que continuasse, deixando os que a cometeram - é ele que disso os acusa agora apesar de até há pouco lhes ter certificado a idoneidade - em funções até falirem o banco), estamos ante um milagre: é que o Governo aprovou na quinta de manhã, portanto quatro dias antes do anúncio de Costa e um dia e meio antes daquele em que este situa a decisão, o diploma (de imediato aprovado pelo PR) que permitia a tal solução.

Lindo, não? O problema é que isto não configura mera "inverdade". Como apontou na quarta à noite na SicNot o socialista Pedro Silva Pereira, a data da aprovação da lei significa que muita gente sabia, nesse dia e até antes (na preparação do diploma), o destino do BES. Evidência disso é o facto de Marques Mendes o ter revelado o sábado na SIC. Quantas mais pessoas tiveram acesso a uma informação que tanto dinheiro valia? Quantas a traficaram? Não se sabe e talvez nunca se saiba. O que sabemos é que Governo e BdP permitiram que as ações do BES se mantivessem em mercado, perdendo, entre quinta e sexta, 62% do seu valor.

Não foi uma ponte que caiu, mas um banco. E até ver não morreu ninguém. Mas a cadeia da responsabilidade é, ao contrário da de Entre-os-Rios, cristalina. Demissões é que nada.» [DN]
   
Autor:

Fernanda Câncio.
   
   
 Quase todos lamberam o cu ao Ricardo
   
«Retratista da alta sociedade e das grandes figuras do regime, a obra de Eduardo Malta é bastante académica e o pintor era conhecido pela sua aversão à arte contemporânea, razão porque a sua nomeação, em 1959, para director do Museu Nacional de Arte Contemporânea suscitou enorme controvérsia entre artistas e críticos de arte.

Aquando da inauguração da exposição em que esta obra esteve exposta, o então secretário de Estado da Cultura, Pedro Santana Lopes, notou que “Ricardo Espírito Santo e Eduardo Malta, artistas de excepcional talento e elegância, tinham uma visão fulgurante”. » [Observador]
   
Parecer:

He he he.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Quem não lambeu que levante o braço.»
     

   
   
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Misturas de negócios com política

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De acordo com a narrativa do governo não houve qualquer intervenção no governo no processo, ainda que na passada quinta-feira tenha sido produzido um diploma de forma simplex  em apoio de uma decisão que só foi estudada e desenhada na sexta-feira, já depois do fecho dos mercados. Toda a intervenção terá cabido ao governador do BdP e de acordo com a ministra não serão utilizados fundos dos contribuintes.

Ao mesmo tempo que se sabe que o governador de Portugal foi apanhado de surpresa e que o sistema financeiro esteve no fio da navalha na passada sexta –feira alguns admiradores fanáticos do actual primeiro-ministro, como é o caso de um tal José Manuel Fernandes, elogiam a decisão de Passos Coelho em ajudar Ricardo Salgado. Os spin do governo têm-se esforçado em passar a mensagem de que Passos recusou ajuda ao grupo GES e que nestes dias tem estado entretido na Manta Rota. Digamos que enquanto o Costa tira a pele aos Espírito Santo os Passos Coelho tirava a pela aos carapaus para os fazer alimados de acordo com a receita dos Silva da Coelha.

Acreditando nos spin governamentais Passos Coelho recusou ajuda aos Espírito Santo, o que terá desiludido o seu amigo Ricciardi, um dos poucos cidadãos comuns com aceso directo ao telemóvel do primeiro-ministro. Esta tese que elogia a coragem do primeiro-ministro implica que houve uma decisão sobre todo o grupo GES e que tomada essa decisão a falência do BES estava decidida.

A questão agora é saber que tipo de ajuda foi pedida e de que forma foi recusada. Segundo os spin Passos não misturou negócios com política, um chavão que Seguro imita até à exaustão, mas que só revela inexperiência e irresponsabilidade. Quando o Presidente viaja com um avião cheio de empresários está misturando o quê? Quando Passos vista as feiras está misturando o quê? Quando se faz diplomacia económica mistura-se o quê? Quando Marcelo levou Cavaco Silva à casa de Ricardo Salgado para este o convencer a candidatar-se a presidente misturou o quê? Quando Passos Coelho estava na Tecnoforma e tentava obter fundos comunitários misturou o quê? O Que é condenável não é a mistura, é os políticos ficarem encharcados em corrupção.

Sejamos claros, a decisão tomada por Passos Coelho em relação ao GES foi a mais importante decisão política e económica do seu governo e muito provavelmente uma das mais importantes da nossa história económica desde o século XIX. Se essa decisão foi adoptada a pensar nalguns votos numa tentativa desesperada de se manter no poder pode ter sido o maior acto de incompetência de um governo. A Merkel deixava a BMW ir à falência só para inchar o peito e dizer que os gestores da empresa que assumissem as consequências?

O grupo GES e o BES eram demasiado importantes para que a decisão fosse tomada a pensar apenas nuns quantos votos. Era o maior grupo empresarial que estava em causa e a riqueza destruída vai ser bem maior do que muito provavelmente era necessário. As condições dessa ajuda e a gestão do grupo era outra questão. Pelo que se sabe e só para poder inchar o peito Passos Coelho deixou cair o maior grupo empresarial português para alegria de outros, a começar pelos interesses angolanos.

Estava demasiado em causa para tudo se resuma a um chavão para que os lambe-botas tenham matéria para bajular Passos Coelho ou que para Carlos Costa se armar no herói que salvou um BES bom sem dinheiro dos contribuintes. Quando o país emergir deste pesadelo de tretas e mentiras saberemos quanto custou a Portugal tanta coragem e tanta preocupação com o dinheiro dos contribuintes. Um dia saberemos se o fim da golden share da PT não foi uma mistura de negócios com política para  injectar dinheiro no GES com a venda da Vivo e se os 900 milhões da PT não resultaram de outra mistura de negócios com política.
 
O emprego dos funcionários do BES, a riqueza criada por muitas empresas rentáveis do GES, o peso do GES na economia portuguesa e na sua internacionalização merecem muito mais oprocupação do que uma decisão da treta motivada por meros obejctivos eleitorais de curto prazo. E o ódio aos Espírito Santo ou o desprezo pela sua gestão ruinosa não passam de treta, o GES é muito mais do que uma imensa Tecnoforma ou Fomentivest. Não está em causa salvar a família Espírito Santo que até há pouco tempo era bajulada por todos e que tão preciosa ajuda deu a Passos para chegar ao poder, com ou sem a família Espírito Santo a dimensão do grupo GES justificava mais seriedade e tudo deveria ter sido feito para que as suas emopresas ficassem em mãos portuguesas.

Orgia de miséria humana

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Visto  numa perspectiva humana o caso BES tem sido uma orgia de miséria humana que nos ajuda a conhecer melhor o Portugal de hoje, o baixo nível das nossas elites ficou bem evidente nestes dias. O comportamento dos mais diversos agentes ajuda a explicar o porquê da nossa pobreza colectiva, uma pobreza que é moral, de espírito e, consequentemente, económica que está cada vez mais entranhada e que nos impede de desenvolver o país.
  
Algum político avaliou as consequências da perda de um grande grupo económico num país em recessão e ávido de investimento? Alguém questionou quantios empregos custariam ao país as decisões governamentais? Alguém se interrogou sobre qual o impacto nas recitas fiscais das diversas soluções? Alguém se preocupou com a credibilidade da bolsa de valores e da sua importância para o financiamento das empresas num país onde a maior parte dos banqueiros não passam de chulos?
  
Não, os nossos políticos comportaram-se como de costume, de forma cobarde, incompetente e oportunista. Num momento em que o país pode estar à beira do colapso económico o presidente desaparece na praia escondido atrás dos seguranças. O primeiro-ministro anda armado em teso passeando um carro velho da Manata Rota e manda o Carlos Costa dar a cara. O líder da oposição tem feito a mais triste das figuras, começa por tranquilizar os portugueses à porta do Banco de Portugal e acaba a copiar a argumentação do governo defendendo que devem ser os accionistas e não os trabalhadores a pagar a falta de trabalho no banco, o que deverá significar que Seguro defende que seja aberto um processo de despedimento a Ricardo Salgado.
  
Os mesmos políticos e jornalistas que há poucos dias fariam fila para lamber o Ricardo Salgado enchem-se agora de coragem e dizem cobras e lagartos daquele que bajularam, idolatraram e escolheram como modelo para todos os futuros gestores.  O mesmo Carlos que era respons´vel pelas operações no estrangeiro no BCP e desconhecia a existência de operações em off shore agora já suspeita de crimes no BES apesar de se desculpar dizendo que nunca soube de nada,coitado!
  
O espectáculo que nos tem sido dado pela CMVM e pelo Banco de Portugal é indigno, enganam os accionistas levando-os a investir num aumento de capital, tentam convencê-los de que está tudo bem no BES e escolhem um domingo de Verão para levar milhares de famílias de accionistas à falência e, como se isso não bastasse, ainda promovem a sua condenação pública confundindo-os com os gestores do GES. Quando percebem que a coisa dá para o torto começam a fazer acusações uns aos outros, enquanto o governador do BdP culpa a CMVM no parlamento, aquela responde com comunicados devolvendo as culpas.
O comportamento miserável dos governantes, dos responsáveis pelas instituições financeiras, dos jornalistas e dos serviçais como um tal Mendes explica bem o porquê deste país não conseguir sair da cepa torta do subdesenvolvimento. Quando um governo decide em horas como há-de gastar milhares de milhões e anda um ano a fazer de conta que vai aumentar o salário mínimo em 3 ou 4 cêntimos por hora fica tudo explicado sobre o estado miserável a que chegámos.
  

Seguro e o BES

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Vale a pena analisar as posições de Seguro em relação ao BES. Ajudam-nos a perceber como pensa o por enquanto líder da oposição, o que o preocupa, como se empenha na defesa dos interesses dos portugueses.
Fase I: a mistura dos negócios com a política

As primeiras intervenções de Seguro não reflectiram qualquer preocupação com o desmoronamento do maior grupo empresarial português ou com o futuro do BES, nada disso preocupou Seguro. O caso ganha expressão pública quando os spin de Passos Coelho passaram a mensagem de que Passos Coelho não mistura negócios com política, tendo recusado ajuda a Ricardo Salgado.
  
Seguro não questionou Passos Coelho sobre o que estava em causa ou que tipo de ajuda tinha sido pedida, em vez disso fez seu o discurso da mistura de negócios com político, dirigindo-o cheio de insinuações contra António Costa. Com o GES em pleno incêndio Seguro fala de António Costa associando-o à"velha política que mistura negócios, política, vida pública, interesses, favores, dependências, jogadas e intrigas".
  
Todavia, quando se soube que Maria de Belém recebia uma gorjeta avençada de uma empresa do GES fez-se silêncio e Seguro optou por não vir a público em defesa da presidente do PS e um dos seus apoios mais sólidos e militantes.
  
Fase II: o político responsável
  
Ávido de protagonismo televisivo para enfrentar a candidatura de António Costa o líder do PS pede uma entrevista ao governador do BdP. Seguro já tinha ensaiado a estratégia do político responsável com a reunião com Passos para discutir os dossiers para o comissário português (com os resultados que se viram), agora ia intervir no caso BES. Lá terá tomado um café com Carlos Costa para, de seguida, falar para todas as televisões vendendo confiança e tranquilidade em relação ao futuro do BES.
  
Seguro não voltou a fazer mensagens de tranquilidade nem fez qualquer comentário sobre a sua intervenção enganosa.

Fase III. Contra a nacionalização
  
Perante a evidência da intervenção Seguro optou por surfar a onda manifestando-se contra a nacionalização, sem explicar o que entendia por nacionalização e sem indicar qualquer solução. Já após a intervenção Seguro não a questiona nem se manifesta contra a utilização do dinheiro dos contribuintes, preocupa-se apenas com o que vai ser feito com esse dinheiro.

Fase IV: a preocupação com o s trabalhadores

Confrontado com a possibilidade de despedimento dos trabalhadores Seguro defende que devem ser os accionistas a pagar e não os trabalha dadores. Parece que Seguro defende o despedimento dos accionistas, talvez daqueles que investiram no último aumento de capital.
  
Conclusões:
  • Seguro começou por estar mais preocupado com António Costa e com as suas ambições do que os interesses do país, chegando ao ponto de usar os argumentos de Passos Coelho fazendo-os seu para dar um golpe baixo no seu adversário.
  • Em momento algum o líder do PS defendeu uma solução ou questionou as decisões do governo/BdP, apoiou-as e ainda ajudou o governador do BdP a enganar o país, os clientes do BES e os pequenos accionistas do banco.
  • Em momento algum Seguro se manifestou incomodado com o prejuízo infligido aos pequenos accionistas do banco.
  • Seguro nunca usou argumentos próprios, começou por usar os argumentos de Passos Coelho, fazendo o mesmo quando disse que deveriam ser os accionistas a suportar as consequências em vez dos trabalhadores do banco.

O líder da oposição não propôs nada, não concordou nem discordou de nada,não acrescentou nada ao debate, não colocou o interesse nacional acima dos seus, usou em seu favor e ainda que de forma desastrada os argumentos dos spin de Passos Coelho.

O Portugal Bom e o Portugal Mau

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Por estas bandas há um Portugal Bom e um Portugal mau ou, como diria o Zezé Camarinha na linguagem muito na moda nestes anos, a good Portugal and a bad Portugal. Bem, a verdade é que sempre foi assim, mas dantes os governos, incluindo os do Salazar e Caetano disfarçavam, quanto mais não fosse em respeito pelos seus bons princípios cristão, agora o poder já não esconde o desprezo pelos pobres.
  
No bom Portugal estão os ricos, a não ser que caiam em desgraça, são tratadas como gente de primeira, os seus lucros são poupados aos impostos, o seu património é protegido. Mesmo os que ajudaram a arruinar o país fugindo aos impostos e colocando os recursos financeiros nacionais em paraísos fiscais têm direito a um tapete vermelho fiscal para que tragam o dinheiro de volta. 
  
Quando o governo invoca a originalidade e a autoria nacional da solução dada ao BES está falando verdade, o que aconteceu ao BES é precisamente o que o governo tem feito ao país nestes três anos, a única diferença reside no facto de até aqui a iniciativa ter pertencido ao governo cabendo ao governador do Banco de Portugal o papel de cheerleader, agora os papeis inverteram-se, o protagonismo foi dado ao Carlos Costa enquanto foi a ministra que efz de cheerleader, num espectáculo em que o primeiro-ministro, o presidente e o resto do governo actuou através de um fórum electrónico.
  
No Portugal do lixo estão os funcionários públicos, os jovens quadros, os pensionistas, os industriais da construção civil, os empresários da restauração e dos sectores que o Gaspar disse ao Passos que estavam a mais. No Portugal do bem bom estão os grandes banqueiros, a Goldman Sachs porque empregou o Arnaut, os chineses, os grandes empresários do Monte Branco e da Operação Furacão.
 


Sinto pena do Luís

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Se o Luís fosse meu filho não gostaria de o ver acusado de ter sido levado ao colo pelo pai, de saber que os colegas só o respeitavam em função do pai e que em privado manifestavam desprezo pela forma como conseguiu o cargo. Não gostaria de ter um filho que sentisse vergonha ao ver outros serem obrigado a emigrar por não terem pais como o dele, por não terem ou não querem usar cunhas.
  
Se fosse o Luís faria tudo para conseguir subir por mérito, nunca aceitaria esquemas e exigiria que as minhas promoções ou colocações fossem alcançadas por concursos transparentes e justs.
  
Como português sinto vergonha ao ver certas coisas, este caso não merece um protesto mas antes vergonha por ter um político como Durão Barroso e pena do seu filho. Este país está ficando um nojo.


Isto vai acabar numa imensa diarreia

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Quando comemos algo estragado é frequente o organismo rejeitar o alimento indesejado com uma diarreia, desfazemo-nos em caca mas a coisa passa, o corpo rejeita o que o prejudica dessa forma original.
  
As sociedades também tê as suas diarreias ainda que quando está em causa um país em vez de se usar o termo diarreia, a vulgar caganeira, opta-se por termos como revolução, insurreição, ou outros, conforme a dimensão e características do fenómeno. Na história da humanidade já vimos grandes “diarreias” e indisposições à parte os países livraram-se de muita caca. Foi o caso da revolução francesa e de outras grandes revoluções. 
  
Nós portugueses somos um povo de gente simpática, vai fazendo revoluções mas nunca evacuamos, o resultado a é que ficamos sempre com a caca cá dentro, a cheirar mal e provocar a putrefacção do país. A última vez que fizemos uma revolução andámos armados em imbecis, pusemos um deles à frente da junta, tapámos os canos das armas com cravos e o resultado foi o que se viu, uns tempos de pois o Cavaco, um famoso político que parece ter desparecido, recusou a pensão a Salgueiro Maia para a dar a um conhecido inspector da PIDE.
  
O Ricardo Salgado e familiares fizeram um estágio no estrangeiro e regressaram a tempo de ficar com mais do que tinham e acabar por dar cabo de tudo. Os militares fizeram uma revolução sem diarreia e agora só têm direito à última fila de uma cerimónia anual, enquanto uma imensa classe política faz fila à porta dos gabinetes dos muitos Salgados oferecendo os seus serviços a troco de gorjeta, umas vezes compatíveis com os seus estatutos de deputados, outras nem tanto.
  
Ao fim de quarenta anos de democracia o país está à beira de uma imensa diarreia pois está empazinado com tanta corrupção, incompetência e oportunismo, está farto de fedelhos especialistas em truques de propaganda política e na destruição de adversários, está enojado com uma justiça que só condena nas primeiras páginas dos jornais.
  
Pediram-nos sacrifícios e enchem os ricos, falam num melhor Estado e mais justo e o BdP trata da vidinha do filho do Durão Barroso enquanto os nossos jovens são convidados a emigrar, o pais aproxima-se de uma profunda crise mas ninguém para pensar, é o ver se te avias, o país afunda-se e o poder desenrasca os seus como pode. Isto vai acabar numa imensa diarreia. 

Dia de Regresso de férias

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A minha recordação do Algarve, o Pedro na Manta Rota (ampliar)
  

A 'fiscalização atirativa' da constitucionalidade

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Se bem entendi os fundamentos do acórdão do Tribunal Constitucional apontam para inconstitucionalidade por incompetência, sendo essa incompetência de quem concebeu as medidas e de quem confunde as funções presidenciais com a um carteiro dos CTT. Por falar disto, não percebo a razão de Cavaco levar os processos num jeep quando vai de férias, faria mais sentido levar a sua viatura oficial dos correios.
  
O TC é muito simpático, diz porque razão a medida é inconstitucional mas acrescenta como se poderá apresentar a mesma medida de forma a ser inconstitucional, o que o Portas percebeu pois na sua posição em relação ao acórdão disse que com jeitinho tudo seria constitucional. Temos, portanto, um TC muito simpático, sempre que declara uma medida inconstitucional tem o cuidado de ensinar o governo a torna-la constitucional. 
  
Pelo que percebi não é inconstitucional cortar 20% dos rendimentos a um grupo social só porque pertence à casta inferior da Função Pública, inconstitucional é não se precisar quanto se corta em 2016. O tal princípio da igualdade é mais ou menos parecido com o “todos iguais, todos diferentes”, há um grupo de cidadãos que têm culpa do desatino financeiro dos governos, da crise financeira internacional e de uma união monetária com regras idênticas às da Feira da ladra, foram condenados porque trazem na pele uma tatuagem que indica serem funcionários públicos.
  
É divertido ver a esquerda elogiar o TC quando este tribunal tem aprovado quase tudo o que o governo decidiu e quando não o fez teve sempre o cuidado de sugerir o caminho. A bandalheira constitucional é tanta que Cavaco já não tem por função cumprir e fazer cumprir Constituição mas apenas levar os recados do governo ao TC, já que no sentido inversos são dados nas televisões em horário de prime time.
  
Ágora até há um novo tipo de fiscalização da constitucionalidade dos diplomas governamentais, é a fiscalização atirativa, o governo adopta o diploma e Passos diz a Cavaco “ó Silva atira isso à parede do Constitucional a ver se isso pega”. Não sei se é do aquecimento global ou da velhice com aparentes sinais de senilidade de Cavaco Silva mas este país começa a ficar divertido.
  

Umas no cravo e outras na ferradura

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  Foto Jumento
 

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Jardim Gulbenkian  
   
 Jumento do dia
    
Carlos Costa, gerente do BdP

Ainda bem que o governador do BdP é um homem muito competente, graças á sua inteligência os bncos portugueses estão sob suspeita, o Montepio já está na corda bamba depois de os jornalistas terem descoberto que estava a ser investigado a mando do banco central. Como estavam quatro bancos sob investigação sendo um deles o BES, resta saber quais os outros dois bancos que merecem a preocupação do Carlos?

Se este senhor não existisse tinha de ser inventado. Para salvar a sua pele não hesita em colocar toda a banca sob suspeita.

 Passos Coelho reconhece incompetência

A posição do TC em relação ao corte mnas pensões foi clara, o diploma estava mal feito pois cortava todas as pensões por igual quando uma parte delas já tinham sido corrigidas para assegurar a sustentatibilidade. Ao apelar ao PS para o ajudar Passos Coelho reconhece que é incompetente para reformar a segurança social. Compreende-se, com um ministro como o Lambretas só por acaso conseguiria fazer alguma coisa.
 
 Será que o PCP estava metido no BES?
 
Como Passos Coelho diz que há outros partidos metidos no BES isso significa que se o PS for um deles e no pressuposto de que não está atacando o CDS ou o PCP e/ou o BE deverão misturar negócios com política. Por este andar ainda vamos descobrir que o oliveira e Costa pertencia à célula do PCP de São Sebastião da Pedreira e que o Ricardo Salgado militava no BE de Alcácer do Sal.
 
Como a acusação de Passos Coelho coincidia com o golpe baixo de Seguro a António Costa compreende-se o silêncio de Seguro, a dúvida está em saber se o seu amigo o está ajudando a ganhar as directas ou se o está enterrando ainda mais.

   
 Holandês devolve condecoração do holocausto
   
«Henk Zanoli, 91 anos, dirigiu-se à embaixada israelita em Haia na quinta-feira para devolver a medalha que em 2011 lhe foi entregue pelas autoridades de Israel, declarando que o nome de Zanoli ficaria inscrito na lista dos “Justos entre as Nações”, reservada aos gentios que salvaram judeus durante o Holocausto. Fê-lo depois de seis familiares terem sido mortos em Gaza.

Em 1943, Henk Zanoli levou Elchanan Pinto, um rapaz judeu de 11 anos, de Amesterdão para a vila de Eemnes. Foi aí que a família Zanoli escondeu a criança durante dois anos, até ao fim da II Guerra Mundial, em 1945, quando se soube que todos os familiares de Elchanan tinham morrido nos campos de extermínio. Durante a ocupação da Holanda, os Zanoli estiveram debaixo de olho dos Nazis por se oporem à presença alemã . Dois anos antes, o pai de Henk tinha sido enviado para o campo de concentração de Dachau, acabando por morrer no campo de Mauthausen, em fevereiro de 1945. Henk Zanoli tinha também um cunhado que foi executado por pertencer à resistência holandesa e um irmão cuja noiva judia foi assassinada pelos nazis.

Mais de 70 anos depois, um ataque aéreo israelita atingiu uma casa na Faixa de Gaza que pertencia à família alargada de Zanoli. A sobrinha-neta deste é casada com um economista palestiniano, Ismail Ziadah. No dia 20 de julho, Ziadah perdeu três irmãos, uma cunhada, um sobrinho e a primeira mulher do pai.

“A minha mãe e a minha família arriscaram as vidas a lutar contra a ocupação alemã”, escreve Hanoli na carta que endereçou ao embaixador israelita na Holanda, descrevendo a história de resistência durante o conflito e informando-o da devolução da medalha. “Dada esta história, é particularmente chocante e trágico que hoje, quatro gerações depois, a nossa família tenha de enfrentar o homicídio da nossa descendência em Gaza. Homicídio esse conduzido pelo Estado de Israel”, continuou.» [Observador]
   
Parecer:

Curiosamente a criança judia referia nesta notícia tinha apelido português e é muito provável que tenha fugido de Portugal como sucedeu com muitas famílias judaicas de Amesterdão.
     
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se o gesto.»
     

   
   
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